IBGE inicia terceira Pesquisa de Orçamento Familiar

09/07/2002 - 13h10

Rio, 9 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou hoje a terceira versão da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), sobre os hábitos de consumo nos domicílios familiares. Será a primeira a abranger as áreas urbanas e rural de todos as Unidades da Federação, já que as edições de 1987 e de 1996 restrigiam-se às principais regiões metropolitanas do País.

A partir de hoje, 1.000 pesquisadores visitarão 60 mil domicílios, sendo 45 mil na área urbana e 15 mil na área rural, para o preenchimento de 600 mil formulários, ou para o recolhimento direto das informações em computadores portáteis (noteboooks), outra inovação da pesquisa. A coleta de dados durará 12 meses e o resultado final do trabalho deverá ser divulgado no final de 2003. A estimativa é que cada agente demore nove dias, em média, em cada domicílio visitado, já que a pesquisa é formada por seis instrumentos diferentes.

O objetivo da pesquisa é descobrir como, em quê e quanto dinheiro é gasto pelas famílias, além de identificar a origem de seus rendimentos, classificando os gastos de acordo com as faixas de renda. Durante um ano, serão identificados gastos em geral e os que ocorrem em determinadas épocas do ano, como férias escolares, de inverno e de verão, e feriados de Natal e Carnaval.

O presidente do IBGE, Sérgio Besserman Vianna, fez um pedido à população brasileira, para que "continue apoiando o Instituto, como vem fazendo, por conta da independência, da qualidade e da credibilidade dos seus trabalhos. Pedimos que tenham muita paciência no caso da Pesquisa de Orçamento Familiar porque iremos várias vezes aos domicílios", afirmou.

Besserman garantiu que a POF é fundamental para o aprofundamento do retrato social da realidade brasileira, para atualizar os estudos sobre pobreza e sobre as pesquisas de inflação, como as que apuram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

"A pesquisa trará resultados fundamentais para a formulação de todas as políticas públicas dos governos federal, estaduais e municipais, para a sociedade em geral e para organizações não-governamentais e sindicatos", explicou, destacando que o trabalho também contará com informações sobre obesidade, nutrição e desnutrição e consumo. Desta forma, segundo ele, será possivel identificar a qualidade da nutrição dos brasileiros e as modificações ocorridas nos hábitos alimentares, com diferenciações entre as regiões.