Campo Grande, 9 (Agência Brasil - ABr) - Técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério da Saúde, estão capacitando profissionais ligados à saúde para exercerem atividades que ajudem a reduzir as altas taxas de mortalidade infantil nas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul. Segundo o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena, Wanderley Guenka, o treinamento vem reforçar as ações que serão desenvolvidas nas comunidade carentes.
A Funasa iniciou esta semana o treinamento de 26 técnicos de nível superior em "Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância" – AIDPI, para qualificar médicos, nutricionistas e enfermeiros no atendimento a crianças menores de 5 anos nas aldeias. A iniciativa representa um avanço na assistência integrada à saúde indígena, principalmente para as crianças, diz Wanderley Guenka. Essa capacitação visa atender de modo especial as infecções agudas, as doenças diarreicas e algumas endemias, completa.
"No Estado já avançamos muito no atendimento. A mortalidade infantil que há três anos girava em torno de 130 por mil nascidos vivos, baixou para 73 por mil em 2001 e 50 por mil este ano", explica o coordenador. "Em países em desenvolvimento como o Brasil, as taxas de mortalidade são elevadas, mas a maioria das mortes infantis pode ser evitada com medidas simples e eficazes. Mais de 70% desses óbitos deve-se à pneumonia, infecção respiratória aguda, diarréia, desnutrição, malária, doenças perinatais ou a associação delas".
Segundo a técnica Cleudir Barbieri, do Pólo de Capacitação e Informação de Educação Permanente para a Saúde da Família, a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) é um dos indicadores mais eficazes para refletir não só o nível saúde das crianças, como a qualidade de vida de uma determinada população. Existem claras associações entre riquezas e nível de desenvolvimento de um país ou região e suas Taxas de Mortalidade Infantil. Segundo o Distrito Sanitário Especial Indígena da Funasa em Mato Grosso do Sul, havia em 2001 uma taxa de 73 óbitos por mil nascidos. Esse índice baixou para aproximadamente 50,4 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas nas aldeias do Estado, nos primeiros quatro meses deste ano.
Enfrentar os fatores condicionantes e determinantes da mortalidade infantil tem sido um desafio constante para as autoridades brasileiras nas últimas décadas, levando o Ministério da Saúde a intensificar, a partir de 1984, sua atuação na promoção de saúde das crianças menores de 5 anos, com a criação do programa de Assistência Infantil à Saúde da Criança (PAISC). De acordo com o coordenador regional da Funasa, Aroldo Galvão, esta capacitação visa promover atenção à saúde da criança indígena de forma integral, dando prioridade ao atendimento das crianças pertencentes a grupos de riscos e melhorando a qualidade no atendimento nas aldeias de Mato Grosso do Sul.