Brasília, 29 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O Exército israelense está dedicando o sábado a vasculhar os destroços do que, até a noite passada, era o QG da segurança palestina em Hebron, na Cisjordânia. O prédio foi dinamitado pelas tropas que cercavam o local há quatro dias.
Soldados procuram os corpos de 15 palestinos que eram considerados foragidos por Israel e que, segundo o Exército acredita, teriam se escondido na fortaleza. "Se houver corpos lá, serão achados. Mas levará algum tempo por causa da extensão da destruição", afirmou uma porta-voz do Exército israelense,
A queda do QG palestino, por meio de três potentes explosões, estilhaçou vidraças em dezenas de casas na vizinhança e arremessou carros ao ar. "Essa destruição, sem levar em conta que poderia haver pessoas feridas dentro do prédio, mostra a brutalidade da ocupação (israelense)", reagiu o ministro da Informação da Autoridade Palestina, Yasser Rabbo.
Raid Hamedi, um palestino de 23 anos que trabalha como joalheiro, comparou a sensação da explosão à de um terremoto. "Fui jogado ao chão, as vidraças quebraram e as crianças choravam", contou o jovem, que mora a 200 metros do local das detonações.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) revelaram que foi utilizada uma tonelada de dinamite para arrasar o prédio da segurança palestina, em três rodadas de explosões. Pouco antes, segundo fontes palestinas, soldados israelenses entraram no QG, descarregaram sacos no local e saíram.
Israel iniciou operações militares na Cisjordânia e na Faixa de Gaza após dois atentados suicidas que causaram a morte de 26 pessoas em Jerusalém, na semana passada. As IDF impuseram o toque de recolher e no momento controlam sete das oito principais cidades palestinas na Cisjordânia: Ramallah, Belém, Nablus, Jenin, Qalqilya e Tulkarem, além de Hebron. As manobras visam a erradicar o que o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, classificou como "infra-estrutura do terror".
Também neste sábado, em Gaza, uma mulher palestina foi morta a tiros e seu marido, ferido, em uma incursão realizada de madrugada por tropas israelenses no campo de refugiados de Deir Balah.
As informações são da CNN e Reuters.