Brasil vai ajudar governo angolano a estruturar uma campanha nacional de vacinação contra o sarampo

29/06/2002 - 9h04

Brasília, 29 (Agência Brasil - ABr) - Três técnicos do Ministério da Saúde irão auxiliar o governo de Angola, na África, a estruturar uma campanha nacional de vacinação contra o sarampo para menores de 15 anos. O pedido de apoio foi feito na última semana pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Os profissionais embarcam em agosto para Angola, onde permanecerão por quatro meses para organizar todas as etapas de uma campanha de vacinação, incluindo a capacitação de profissionais, estratégias para a mobilização da população e a operacionalização da campanha (distribuição das vacinas, conservação de imunobiológicos em rede de frio, números de doses necessárias e organização dos postos vacinação).

Em novembro do ano passado, a Funasa coordenou um curso de capacitação técnica e gerencial sobre imunizações, em Brasília, para profissionais de saúde do governo angolano e do Unicef. Durante três semanas, os técnicos repassaram informações sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI), da Funasa, incluindo orientação sobre as salas de vacina, eventos adversos pós-vacinação e capacitação em rede de frio.

Na Palestina, em 1997, a Funasa colaborou na estruturação da rede de frio para conservação dos imunizantes. As vacinas precisam ser estocadas e transportadas em temperaturas ideais (em geral, entre 2ºC e 8ºC) para terem 100% de sua eficácia garantida.

No ano 2000, o Timor Leste recebeu apoio da Funasa para a estruturação de duas etapas da campanha de vacinação de crianças menores de cinco anos de idade contra a poliomielite. Além de transferir ao governo timorense a metodologia de mobilização da população e operacionalização do Dia Nacional de Vacinação, o Brasil treinou pessoal para que reestruturasse o sistema de saúde e capacitou equipes para a criação de um Programa de Saúde da Família (PSF).

No último dia 15, a Funasa realizou a vacinação contra o sarampo na fronteira do Brasil com a Venezuela, aproveitando a mobilização e estrutura organizadas para a campanha contra a poliomielite. Ação semelhante foi realizada em 1998. O objetivo, neste ano, foi imunizar a população de Pacaraima (RR), no lado brasileiro, e Santa Elena do Uairém, na Venezuela, para impedir a reintrodução do sarampo no Brasil. O compromisso de vacinação conjunta foi assumido pelos governos dos dois países durante reunião em Santa Elena do Uairém, em abril deste ano.

Paraguai e Bolívia também têm acordos firmados com o Brasil para a imunização em áreas de fronteira. Durante reunião realizada em Porto Velho (RO), em 2000, os governos brasileiro e boliviano estabeleceram ações de vacinação conjunta para manter o espaço fronteiriço livre da circulação do vírus do sarampo.

Em novo encontro, realizado este ano, Brasil e Bolívia definiram medidas para a vacinação de mulheres contra a rubéola com o objetivo de controlar a Síndrome da Rubéola Congênita, que atinge o feto, além de manter a vacinação contra a febre amarela na fronteira. A Funasa capacitou técnicos bolivianos em estruturação de redes de frio.

Além da troca de experiências na área de imunização, o governo brasileiro já doou soros e vacinas contra o sarampo, a rubéola e a poliomielite para os governos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiné Bissau, República Dominicana, Venezuela, Angola, Chile, Equador, Haiti, Paraguai, Peru e Suriname.