Florianópolis, 27 (Agência Brasil - ABr) - A colheita de milho em Santa Catarina pode chegar a 3,3 milhões de toneladas, uma redução de 16% em relação à safra passada. Técnicos do Instituto Estadual de Planejamento e Economia Agrícola (Icepa) estimam que a redução na colheita será acompanhada de menor produtividade e de diminuição da área plantada. Deverão ser colhidos 3.880 quilos por hectare, enquanto na safra anterior o índice chegou a 4.410 quilos/hectare.
Atualmente o mercado catrinense consome cerca de 4,6 milhões de toneladas de milho. Caso os números se confirmem, o déficit chegará a 1,3 milhão de toneladas. Segundo o secretário estadual da Agricultura, Odacir Zonta, os preços estarão bem mais favoráveis em relação a safra passada. As empresas comprometeram-se a pagar R$ 10,00 por saca, e os produtores de suínos pagarão entre R$ 12,00 e R$ 13,00.
Para estimular os produtores, castigados por uma forte estiagem na região oeste, o governo catarinense está doando 70 mil sacas de sementes para o replantio. Além disso, foi criada a Bolsa de Reflorestamento, que prevê o pagamento de um salário mínimo para a plantação de árvores nativas nas propriedades rurais, visando recuperar as áreas degradadas. Outras medidas são o financiamento para aquisição de encilhadeiras e a perfuração de, no mínimo, dois poços artesianos em cada município atingido pela seca.
Ao abrir oficialmente hoje a colheita de milho no município de Campo Eré, o governador Esperidião Amin disse aos agricultores que R$ 10 milhões do orçamento estadual serão destinados aos municípios atingidos pela estiagem. Assim que o levantamento dos prejuízos estiver concluído, será liberada a Bolsa-Estiagem, no valor de R$ 180,00, àqueles que perderam mais de 40% da safra. As maiores perdas foram registradas nas lavouras de milho e feijão e os prejuízos já ultrapassam R$ 100 milhões.