Brasília, 27 (Agência Brasil - ABr) - Representantes do Ministério da Justiça, da Interpol e dos órgãos envolvidos com o Projeto Global de Prevenção e Combate ao Tráfico de Seres Humanos se reúnem hoje e amanhã (28) em Lyon (França) para discutir o problema que atinge diversos países. A coordenadora do programa no Ministério, Anália Ribeiro, e o delegado Washington Melo, da Polícia Federal, representarão o Brasil no evento.
O objetivo da reunião está centrado no intercâmbio de dados e informações sobre a participação dos países no tráfico de seres humanos e na imigração clandestina. "Nossos representantes vão levar a experiência do Brasil e as primeiras iniciativas que tomamos em relação ao assunto, além de toda nossa metodologia de juntar as organizações da sociedade civil com os governos estaduais, o Judiciário e o Ministério Público, para alcançarmos um efeito mais contundente", diz a secretária Nacional de Justiça, Elizabeth Süssekind.
O projeto, de acordo com a secretária, é novo mas tem demonstrado viabilidade. "Estamos investindo todos os nossos recursos e, além disso, temos parceria com o Escritório das Nações Unidas para Controle de Drogas e Prevenção ao Crime (UNODCCP)".
Süssekind acrescenta que a realidade brasileira tem demonstrado ser necessário o combate a esta atividade do crime organizado. Segundo estimativas recentes, mais de 700 mil pessoas são vítimas de tráfico, todos os anos, para fins de exploração sexual e de trabalho forçado. Elas são transportadas para outros países e vendidas no mercado escravo dos tempos modernos. "Temos verificado como o turismo sexual está ganhando terreno no Brasil, e isso nos preocupa", afirma a secretária.
Mulheres e meninas são as maiores vítimas deste tipo de crime, atraídas por perspectivas de trabalhos em outros países como modelos, domésticas, garçonetes ou operárias de fábricas. Os traficantes as recrutam por meio de propagandas enganosas, mas quando elas chegam ao destino prometido se deparam com outra realidade. Geralmente, seus documentos são apreendidos e elas são obrigadas a pagar supostas dívidas, mediante ameaças de violência, além de serem forçadas ao trabalho escravo, que, não raro, inclui exploração sexual.