Em Salvador, Pelourinho realiza carnaval sem trios elétricos

12/02/2010 - 20h50




Elaine Patricia Cruz

Repórter da Agência Brasil

Salvador - O Pelourinho, no centro histórico de Salvador, foi tomado pelo desfile de bandinhas e performances, com artistas vestindo fantasias de palhaços, baianas e pierrôs, na tarde de hoje (12).

Sem a presença dos tradicionais trios elétricos – mas prestando uma homenagem especial a eles – a festa no bairro busca resgatar as antigas e tradicionais brincadeiras carnavalescas, com os artistas desfilando no chão.

“O espaço físico aqui não comporta trio elétrico. Por conta disso, tudo o que acontece aqui é com você andando. As bandinhas são no chão e o folião vai junto, bem colado com a atração. Aqui é um carnaval popular, que preza ainda o lúdico, a careta, a colombina e o pierrô”, disse Simone Reis, gerente de produção do Pelourinho Cultural, programa do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), da Secretaria de Cultura do estado. Este ano, a secretaria investiu R$ 1,5 milhão com o carnaval no Pelourinho.

Nas ruas do Pelourinho também foi possível ver vários integrantes do grupo de afoxé Filhos de Gandhy se preparando para o carnaval de Salvador. A primeira apresentação do grupo – que é constituído unicamente por homens - só ocorre no domingo (14), mas hoje muitos homens deram início ao ritual que inclui a amarração do turbante e a colocação dos colares azuis e brancos que representam a paz.

“Tem todo um ritual antes que faz parte da Bahia, de nossa tradição. Tem que fazer o turbante e tem a tradição dos colares que depois é dado para se ganhar um beijo”, disse Eduardo dos Santos, estudante de engenharia, que sai no bloco há quatro anos. Durante o ritual no Pelourinho, Santos tinha em seu pescoço 30 colares que pretende distribuir durante o carnaval.

A história do Filhos de Gandhy teve início em 1949, derivado de um antigo grupo de estivadores. O bloco foi idealizado por Durval Marques da Silva, o Vava Madeira, que também escolheu o nome – uma homenagem ao líder pacifista indiano Mahatma Gandhi.

Na estimativa de Simone Reis, devem passar pelo Pelourinho nos dias de carnaval cerca de 16 bandinhas, quatro bandões e 17 performances. As bandinhas e os artistas performáticos recebem um cachê diário variável que, segundo Simone, pode chegar a R$ 1 mil.

Além dessas atrações, o carnaval no Pelourinho vai também apresentar dois shows a cada noite. Uma das atrações é o cantor Luiz Caldas.

 

Edição: Aécio Amado