China inicia transição de poder

14/11/2002 - 9h58

Brasília, 14/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Confirmando uma longa especulação, o presidente da China, Jiang Zemin, e cinco outros políticos veteranos estão se afastando de seus postos no Partido Comunista, revelou a imprensa estatal do país. A iniciativa marca o início de uma transferência de poder, cuidadosamente orquestrada, para a chamada "quarta geração" de líderes. As mudanças foram discutidas durante o Congresso do Partido Comunista Chinês, que se encerra hoje. As informações são da CNN.

Ao anunciar o novo Comitê Central do partido, a agência oficial Nova China informou que apenas um dos chefes do órgão foi reeleito: o vice-presidente Hu Jintao, de 59 anos.

O primeiro-ministro Zhu Rongji e o número dois do Partido Comunista, o veterano Li Peng, conhecido como um linha-dura, também estão renunciando aos seus postos.

Desde o começo do Congresso, eram fortes os rumores de que Jiang renunciaria às suas funções no partido, entregando a liderança a Hu, que, por fim, deverá se tornar o próximo presidente chinês.

Em mais um indício de que a China está mudando, a imprensa estatal também divulgou que o Congresso aprovou a chamada teoria das "Três Representações", nova diretriz a ser adotada pelo PC.

A teoria de Jiang determina as seguintes obrigações para o Partido Comunista:

1 – Representar as forças produtivas mais avançadas, inclusive a iniciativa privada;

2 – Representar a cultura mais avançada;

3 – Representar os interesses fundamentais das grandes massas.

A aprovação da teoria significaria uma formalização do legado de Jiang como líder, incorporando sua outrora inimaginável ideologia capitalista a um partido que tenta responder às necessidades de um país em rápido crescimento.

Reunidos a portas fechadas em Pequim, os 2.114 delegados presentes ao Congresso, organizado a cada cinco anos, escolheram 350 membros para o Comitê Central – 200 plenos e 150 móveis.

O novo Comitê Central realizará sua primeira sessão nesta sexta-feira, com o objetivo único de eleger o Politburo e o Comitê Permanente do Politburo, o topo da pirâmide do poder na China.