Porto Alegre, 14/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - As empresas gaúchas do setor de petróleo e gás natural querem participar do mercado venezuelano, que prevê investimentos anuais em novos negócios de U$ 6,4 bilhões até 2005. Por isso, a Rede Petro-RS, em conjunto com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresas (Sebrae-RS), organizou uma missão a Caracas na semana passada, para participar da mega Feira Energia 2002.
Segundo o secretário da Ciência e Tecnologia do estado, Renato de Oliveira, a participação no evento consolidou a avaliação do potencial de investimentos no setor na Venezuela, de acordo com as informações sobre o plano de negócios da estatal Petróleo de Venezuela S.A (PDVSA). Participaram da missão quatro empresas gaúchas - Coester, Elipse, Dambroz e Soder, em dezenas de reuniões com representantes de empresas.
O coordenador da Rede Petro-RS, Marcelo Lopes, apresentou as 122 empresas gaúchas que fazem parte da Rede a representantes de empresas da Venezuela, Equador, Itália, Espanha e Reino Unido, interessados em desenvolvimento tecnológico conjunto e na representação de empresas brasileiras na Venezuela. "Nos três anos de existência da Rede Petro, consolidamos uma imagem do RS como fornecedor nacional para o setor e desenvolvemos ações estruturadas na Argentina, Bolívia e Venezuela, de acordo com o plano estratégico da Rede", destacou Lopes.
Tiago Lemos, do Sebrae-RS, identificou um conjunto de oportunidades para as pequenas e médias empresas gaúchas e definiu a participação como "muito importante para a qualificação e ampliação do projeto Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com a Rede Petro-RS, ONIP e Refap S.A".
Marcus Coester destacou que sua empresa, a Coester, iniciou tratativas com um sócio local, para estabelecer uma joint-venture na Venezuela, que deve ter suas primeiras atividades no Equador. Cláudia Messias, da Elipse, estabeleceu representação dos softwares Elipse Scada e E3 com quatro importantes empresas de integração e automação da Venezuela. Segundo Cláudia uma grande surpresa foi o contato com a empresa equatoriana Digitec S.A. que veio ao evento justamente buscando um fornecedor de soluções Scada e de automação. Este contato deverá render negócios para outras empresas da Rede da área de automação.
Luiz Fernando Dambroz teve uma procura bastante forte pelo fornecimento de peças fundidas para o mercado venezuelano e pelos equipamentos para a área de mineração produzidos pela empresa Dambroz e Ingo Soder reuniu-se com várias empresas, principalmente venezuelanas, que têm interesse em representar os tanques ecológicos para postos de combustíveis produzidos pela empresa.
Além das atividades na Feira, a delegação gaúcha encontrou-se com representantes da área comercial da Embaixada Brasileira em Caracas (que faz estudos específicos para empresas brasileiras sobre volume de importação de bens e serviços, além de identificar quais são os principais fornecedores desses equipamentos); do Banco do Brasil (linhas de crédito para exportação e o potencial do BB como parceiro das empresas brasileiras para entrar no mercado, como fazer estudos para potenciais compradores); e da Câmara de Comércio Brasileira-Venezuelana (atua como suporte para as empresas dos dois países interessadas em exportar seus produtos).
Houve reunião com o diretor-executivo Luís Eduardo Niño, da Câmara Venezuelana de Consultoras (Empresas de Engenharia), na qual foi buscada a inserção das empresas da Rede Petro-RS nos fornecimentos para projetos - Turn Key, onde a tomada de decisão para compra é determinada pelas empresas de engenharia. Além disso ficou definido para janeiro de 2003 a apresentação das empresas de automação do RS especificamente para os membros da Câmara. Esse roteiro inclui a mesma apresentação em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, definida durante a missão da rede Petro-RS, em setembro último.
A apresentação dos planos de investimento da estatal de petróleo da Venezuela (PDVSA) foi feita na abertura do evento "Energia 2002". Em 2002, os investimentos da empresas em novos negócios deve ser US$ 3,75 bilhões, devendo chegar em 2005 a US$ 6,4 bilhões.