MCT lança Programa Brasileiro de Sistemas de Célula a Combustível

14/11/2002 - 11h57

Brasília, 14/11/2002 (Agência Brasil – ABr) – O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, anunciou, hoje, no auditório do ministério, o lançamento do Programa Brasileiro de Sistemas de Célula a Combustível. O objetivo é desenvolver a tecnologia no setor e tornar o país competitivo no segmento. Para isso, o programa propõe a criação de uma rede de pesquisa composta por institutos de pesquisa, incubadoras tecnológicas e empresários com a finalidade de viabilizar economicamente a tecnologia.

Os estudos com célula a combustível no ministério iniciaram em 1995 e foram estimulados a partir de 2001, motivados principalmente pela crise energética. "Queremos aumentar de 3% para 5% a participação das fontes alternativas de energia, como as células a combustível, em nossa matriz energética", destaca Sardenberg.

As células a combustível são dispositivos eletroquímicos que geram energia elétrica a partir de Hidrogênio (H2) e Oxigênio (O2). Além da energia elétrica, há produção de energia térmica (calor) e água. Segundo o engenheiro elétrico José Luiz Pimenta que realizou dissertação de mestrado na Universidade de São Paulo (USP) sobre o tema, a geração de energia a partir desses dois elementos (H e O) oferece uma série de vantagens: flexibilidade quanto ao combustível utilizado para decomposição (gás natural, etanol, metanol ou outros produtos químicos); elevada eficiência na conversão de energia; ausência de ruído; baixa emissão de poluentes; possibilidade de dispersão das centrais (já que os aparelhos podem ser instalados em áreas urbanas ou rurais); facilidade de expansão (devido à sua modularidade); resposta rápida à flutuações na demanda; baixo custo de manutenção e ainda é suscetível à produção em massa.
Diferente das pilhas comuns que produzem energia enquanto for mantido o fluxo de reagentes, no interior da célula não há um acumulador de energia.

Elas podem ser utilizadas em sistemas móveis, em substituição aos motores tradicionais de combustão interna dos veículos, ou estacionários, nas dependências do próprio consumidor.
Embora alguns grupos já desenvolvam pesquisa sobre células a combustível no país, são ações isoladas. O ministério acredita que com a criação da rede, a tecnologia possa ficar mais acessível e competitiva no mercado energético. O programa será financiado pelo Fundo Setorial do Petróleo (CT –PETRO)e pelo Fundo Setorial de Energia (CT-ENERG), que já destinaram aproximadamente R$ 10 milhões. A expectativa é que outros fundos relacionados à tecnologia também participem. Sardenberg preferiu deixar para seu sucessor a definição dos coordenadores do programa.