Brasília, 14/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Até o final do ano, 60 centros de atenção psicossocial estarão habilitados a prestar atendimentos aos portadores de transtornos mentais e dependentes químicos. O ministro da Saúde, Barjas Negri, assinou , na manhã de hoje, nesta capital, a portaria que habilita 382 centros a oferecer esses serviços.
"Os centros vão oferecer serviços ambulatoriais, com médicos, psicólogos e profissionais da área. No momento em que eles estiveram funcionando na sua plenitude, teremos um contingente de cinco mil a seis mil profissionais atendendo os dependentes de álcool e outras drogas", disse o ministro, que se disse seguro de que o trabalho será, de agora em diante, de melhor qualidade e que terá uma expansão significativa.
O Ministério da Saúde vai destinar R$ 73 milhões por ano para os centros de atenção psicossocial, sendo R$ 52 milhões para saúde mental e R$ 21 milhões para drogas. Os recursos são do Fundo da Ações Estratégicas e Compensação.
A medida faz parte do processo de reforma psiquiátrica, que prevê a redução de leitos nos hospitais psiquiátricos e permite maior participação da família no tratamento do doente.
Segundo o ministro, os critérios adotados para os centros receberam a verba levaram em conta a população da cidade em que está instalado. "Cada estado se articulou dentro da sua densidade demográfica".
Barjas Negri lembrou que os centros de atenção psicossial que não se cadastraram ainda têm tempo para fazê-lo. "Isso não significa que vão perder os recursos. Eu faço um apelo para que os gestores estaduais e municipais façam o credenciamento, se articulem com as secretarias estaduais de Saúde, falem com os técnicos do Ministério da Saúde porque há recursos garantidos para que possam fazer o cadastramento, receber a verba e se habilitar ", concluiu o ministro.
Os centros de atenção psicossocial foram criados no início deste ano com o objetivo de oferecer serviços extra-hospitalares, como atendimento em grupo, visitas domiciliares, atividades comunitárias para inserir o paciente na sociedade, além de assistência terapêutica, com medicamentos ou apenas acompanhamento psicológico, tanto aos doentes quanto a seus familiares.