Rio, 18/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - As vendas e o faturamento do comércio de bens e serviços da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em outubro, ficaram abaixo das expectativas dos empresários, segundo pesquisa de Opinião do Comércio de Bens e Serviços, realizada pelo Instituto Fecomércio-RJ.
No mês, o saldo das expectativas ficou negativo em 38,17 pontos percentuais (diferença entre os 52,99% que venderam abaixo do esperado e os 14,82% que superaram as previsões). O resultado mostrou que a quebra de expectativas foi menor do que em setembro, quando o saldo ficou negativo em 57,39 pontos percentuais.
"Na verdade, o saldo negativo menor não representa um desempenho melhor do comércio. Em função das medidas do Banco Central de aumento da taxa Selic e dos depósitos compulsórios, as empresas estavam muito pessimistas e esperavam uma queda muito maior nas vendas do que realmente ocorreu", explicou o diretor do Instituto Fecomércio-RJ, Luiz Roberto Cunha.
A pesquisa foi feita em 851 estabelecimentos de 18 diferentes ramos de atividade: supermercados, açougues, magazines, roupas, sapataria, material de construção, CDs, eletrodomésticos, óticas, papelaria, automóveis, joalheria, lavanderia, cabeleireiros, hotelaria, diversão, drogarias e fotografia. Com exceção de supermercados e eletrodomésticos, todos os setores pesquisados tiveram saldos negativos.
Se comparadas a outubro de 2001, as vendas ou o faturamento das empresas incluídas na amostra apresentaram retração média estimada em 4,54%. Em setembro de 2002, em comparação com setembro de 2001, a queda tinha ficado em 6,41%. Em outubro passado, os setores mais prejudicados em relação ao mesmo mês dem 2001 foram joalheria e sapataria.
O comércio de bens e serviços está otimista com relação às vendas e ao faturamento de novembro, com estimativa de aumento médio de 14,87%. No setor de roupas, a previsão é de alta de 22,15% nas vendas; e no de cabeleireiros, de 21,59%. Apesar de também terem expectativa positiva, açougue e papelaria são os ramos que aguardam as menores taxas de crescimento nas vendas em novembro: 5,27% e 4,13%, respectivamente.
Ao analisar o nível de emprego, o relatório apresentado revela aumento estimado de 1,80% no número de empregados em outubro, em relação a setembro. Os setores que mais contrataram foram os de roupas e eletrodomésticos. Os que mais demitiram foram os de óticas e de joalherias. Para novembro, a expectativa é de que o quadro de pessoal seja ampliado em 2,96%, na média, principalmente em função das festas de final de ano.
Quanto à participação do cartão de crédito no comércio de bens e serviços, no mês de outubro, o levantamento mostra que este comércio representou 36,46% da receita, em média, o que significou alta de 1,04 ponto percentual em relação a setembro, quando a participação foi, em média, de 35,42%. Os setores que mais venderam com cartão foram joalherias (54,81%, em média) e CDs (54,52%). Já as menores participações foram registradas em diversão (em média, 19,75%) e lavanderias (11,60%).
Segundo o levantamento, o percentual de cheques sem fundos recebidos em outubro ficou em 2,27%, uma queda de 0,78 ponto percentual em relação a setembro, quando o percentual atingiu 3,05%. Os setores mais prejudicados foram os de óticas (5,15%, em média) e de diversão (4,78%).
A pesquisa informa ainda que a taxa de juros para os consumidores que realizaram algum tipo de financiamento caiu: a média em outubro foi de 0,77%, contra 0,85% de setembro. A maior taxa foi cobrada pelo setor de eletrodomésticos (5,58%). Entre os 18 ramos pesquisados, dez cobraram juros na realização de parcelamentos e os demais financiaram em até quatro parcelas sem juros.