Situação no Iraque é tensa, diz Blix

18/11/2002 - 13h40

Brasília, 18/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O chefe da comissão de inspeções de armas das Nações Unidas, o sueco Hans Blix, descreveu o clima em Bagdad como "tenso", ao desembarcar hoje na capital iraquiana com a equipe de técnicos que procurará armas de destruição em massa no país. Blix chegou a Bagdad procedente de Larnaca, no Chipre, acompanhado de 25 especialistas e de Mohamed el-Baradei, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). As informações são da CNN.

Ainda no terminal do Aeroporto Internacional Saddam Hussein, Blix declarou: "Viemos aqui por uma única razão e é porque o mundo quer garantias de que não existem armas de destruição em massa no Iraque".

"A situação é tensa neste momento, mas há uma nova oportunidade e estamos aqui para realizar inspeções confiáveis", prosseguiu. "Esperamos que todos nós possamos aproveitar esta chance".

Blix destacou que o sucesso das inspeções determinará o futuro das sanções impostas ao Iraque pela ONU ao término da Guerra do Golfo, em 1991. "Há uma nova chance e esperamos que seja bem utilizada, de modo a acabarmos com as sanções", observou. "E, a longo prazo, termos uma zona livre de armas de destruição em massa no Oriente Médio".

A nova missão iniciará seus trabalhos quase quatro anos após a equipe anterior da ONU ter abandonado o Iraque, afirmando que o governo de Saddam Hussein não estava cooperando. Como conseqüência, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha bombardearam o país durante quatro dias.

Após reuniões com autoridades iraquianas sobre a montagem de sua infra-estrutura, a equipe avançada de inspetores entrará em ação no próximo dia 27. Até o fim do ano, contará com até 100 técnicos.

A partir de 8 de dezembro, Blix terá um prazo de 60 dias para relatar suas conclusões ao Conselho de Segurança da ONU.

"Esperamos, confiamos e contamos com que eles relatem tudo o que possa restar em seu programa (de armas)", declarou o chefe da comissão, ressaltando que o Iraque também tem que relatar os itens que diz usar com fins civis nas áreas química, biológica e nuclear.

"Eles têm que verificar seus armazéns e lojas e passar ao mundo uma declaração correta", acrescentou.

Blix descreveu como "um desafio" a tentativa de localizar instalações subterrâneas, que estariam sendo usadas pelo Iraque para esconder material proibido.

"Esperamos que os países-membros nos dêem dicas", salientou. "E também contamos com equipamentos modernos, superiores aos que usávamos no passado".

O diretor da Aiea deu um recado em tons duros às autoridades iraquianas. "Não vamos aceitar um 'não' como resposta", alertou. "Temos que nos certificar de que um 'não' é realmente um 'não'".