Brasília, 18/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - O resultado das pesquisas brasileiras na Antártica foi apresentado na Reunião dos Administradores dos Programas Antárticos Latinos, semana passada. No último 29 de outubro, começou a XXI Operação Antártica, parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Cerca de setenta pesquisadores brasileiros foram levados ao continente para participar dos projetos de pesquisa que o Brasil desenvolverá na região.
Os pesquisadores ficarão na Estação Ferraz, com capacidade para abrigar 46 pessoas, e no navio científico Ary Rongel, que chegou à região no último dia 13. Cento e três pesquisadores brasileiros se revesarão na região. O almirante Paulo César Dias de Lima, secretário da Comissão Interministerial de Recursos Marinhos (CIRM), falou sobre a importância científica e geopolítica das missões na Antártica.
O conhecimento mais aprofundado da dinâmica do clima na região é de grande importância para a meteorologia brasileira, visto que o clima desta região afeta todo o clima da América do Sul, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil, informou Paulo César. Sob o ponto de vista político, o Brasil também lucra, porque ganha prestígio internacional na comunidade científica, completou.
O Brasil assinou o Tratado Antártico em 1975 e, desde 1982, manda missões a Antártida. Este ano os projetos serão um pouco diferentes. Dos 29 projetos, 22 são pesquisas induzidas para a proteção ao meio-ambiente e tratam de temas ambientais, como o impacto da atividade humana na região e as ações de monitoramento à camada de ozônio, explicou o almirante. O Proantar custa cerca de R$ 2 milhões anuais para o país. Na opinião de Paulo Césaar, é um custo pequeno, se comparado à sua importância estratégica. O Proantar conta com apoio da Petrobras, do Cnpq e dos ministérios da Marinha e Meio Ambiente.