Rio, 19/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Após três meses consecutivos com taxas negativas, o indicador de emprego na indústria cresceu 1,3% em relação a agosto. Foi o maior resultado positivo nesse tipo de comparação desde o início da série, em dezembro de 2000. Nas demais comparações, os indicadores permaneceram negativos: - 0,3% em relação a setembro de 2001, - 0,8% no resultado trimestral, e -1,3% no acumulado do ano. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta manhã.
Entre setembro e agosto, houve crescimento em 13 dos 14 locais pesquisados. A única exceção negativa foi representada por Minas Gerais (-0,1%), por causa das quedas observadas em vestuário (-1,8%) e alimento e bebidas (-0,7%). Nordeste (6,7%), Pernambuco (7,4%) e São Paulo (0,4%) destacaram-se com os maiores pesos na formação da taxa global. Os primeiros foram beneficiados pelo setor de alimentos e bebidas, devido ao início do processamento da safra de cana-de-açúcar. E São Paulo teve seu resultado influenciado pelo maior número de trabalhadores na indústria de máquinas e equipamentos (exclusive elétricos), que cresceu 1,9%.
A análise por setor industrial mostra que as principais contribuições positivas foram observadas em alimentos e bebidas (3,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (7,0%), enquanto entre as contribuições negativas, os destaques foram produtos químicos (-1,0%) e fabricação de meios de transporte (-0,7%).
Na comparação com setembro de 2001, a redução verificada (-0,3%) foi bem menos acentuada do que em agosto (-1,3%). São Paulo (-3,3%) e Rio de Janeiro (-3,6%) exerceram os principais impactos negativos. Em contraposição, as áreas que aumentaram o número de empregados foram, principalmente, Santa Catarina (4,2%) e Norte e Centro-Oeste (4,5%).
Por atividade, no País, destacaram-se as influências negativas de máquinas e aparelhos elétricos e de comunicações (-11,4%), outros produtos da indústria de transformação (-8,1%), produtos de metal (-5,0%) e fabricação de meios de transporte (-4,9%), enquanto os destaques positivos foram alimentos e bebidas (6,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (46,7%).
O resultado acumulado no ano permaneceu negativo, apontando queda de -1,3%. São Paulo (-3,3%) e Rio de Janeiro (-5,4%) exerceram os principais impactos negativos. Entre os ramos industriais, máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-12,7%) se destaca como o segmento que exerce a principal pressão negativa no resultado global.
Ainda conforme a pesquisa do IBGE, em setembro houve redução no total da folha de pagamento do setor industrial, segundo os principais indicadores: -0,3% em relação a agosto, -1,7% frente a setembro do ano passado e -2,3% na comparação acumulada no ano. Este quadro de resultados negativos também está presente na folha média de pagamento: -1,5% frente a agosto, -1,3% contra setembro de 2001 e -1,0% no acumulado do ano.
Entre agosto e setembro o valor da folha de pagamento caiu, em termos reais, na metade das áreas investigadas. Nas indústrias de Minas Gerais (-3,8%) e da Bahia (-3,5%) as quedas foram mais pronunciadas, embora a de São Paulo (-1,2%) tenha exercido a principal pressão negativa no cômputo geral. Já o Rio de Janeiro (7,8%) se destacou tanto em termos de magnitude de crescimento, como de impacto na formação da taxa global. Dos 18 setores pesquisados no País, houve redução na folha de pagamento em metade deles, e a queda de maior impacto foi a de produção de meios de transporte (-3,4%). A indústria extrativa, com expansão de 9,6%, responde pela maior contribuição positiva, devido principalmente ao pagamento de abonos e gratificações em setembro.
No confronto com setembro do ano passado, 10 dos 14 locais pesquisados assinalaram expansão na folha de pagamento e os destaques foram Espírito Santo (9,1%) e a região Sul (2,6%), com a maior taxa de crescimento e o principal impacto, respectivamente. A indústria de São Paulo (-6,1%) e, como conseqüência, a da região Sudeste (-4,1%) foram, mais uma vez, as que mostraram as quedas de maior influência. No País, houve queda na folha de pagamento de metade (nove) dos setores investigados. Do lado negativo, os setores que mais se destacam na formação do resultado global foram os produtores de meios de transporte (-12,8%) e de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-15,4%). Positivamente, sobressaíram as indústrias extrativa (21,1%) e de alimentos e bebidas (6,7%).
No indicador acumulado no ano, apesar de a folha de pagamento no País mostrar um recuo de 2,3%, houve aumento na maioria dos locais pesquisados. O resultado negativo foi determinado pela redução observada na indústria de São Paulo (-5,2%) e, como conseqüência, na da região Sudeste (-4,1%). Com quedas estão ainda Rio de Janeiro (-1,9%), Paraná (-1,1%) e Minas Gerais (-0,5%). E entre as áreas que expandiram a folha de pagamento, destacaram-se com as maiores taxas as regiões Norte e Centro-oeste (3,8%), Ceará (3,5%), Espírito Santo (3,1%) e Rio Grande do Sul (3,1%).
No total do País, foram verificadas quedas em 11 ramos pesquisados, ficando as reduções de maior impacto com os setores produtores de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-17,0%) e de meios de transporte (-6,3%). Em sentido contrário, destacaram-se alimentos e bebidas (4,7%) e metalurgia básica (6,0%).
Ainda no indicador acumulado no ano, o valor médio da folha de pagamento caiu 1,0%. Com quedas ficaram apenas as indústrias de São Paulo (-2,0%), Santa Catarina (-1,5%), Sudeste (-1,1%) e Paraná (-0,5%). Entre as áreas que registraram ganho real destacaram-se Rio de Janeiro (3,8%), regiões Norte e Centro-Oeste (3,2%) e Rio Grande do Sul (3,0%).