Brasília, 19/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Um tribunal de Perth (Austrália) apresentou hoje acusações formais contra um britânico naturalizado australiano, Jack Roche, por conspiração para atacar com bombas as representações diplomáticas de Israel em Sydney e em Canberra. Roche, de 49 anos, terá que responder a duas acusações, relativas à tentativa de destruir propriedade diplomática por meio de fogo ou explosivos na Austrália e ferir diplomatas. As informações são da CNN.
Ambas as acusações referem-se ao período de 15 de fevereiro a 26 de maio de 2000, quando Roche transitou por Malásia, Paquistão e Afeganistão. O advogado de defesa afirmou ao tribunal que seu cliente, que é muçulmano convertido, opõe-se à violência e alegará inocência.
O tribunal determinou que Roche permaneça preso até dia 27, quando poderá solicitar sua libertação mediante o pagamento de fiança. A promotoria adiantou que se oporá à medida.
Roche foi preso pela Polícia Federal australiana após uma série de consultas, entrevistas e expedição de mandados de busca, no começo deste mês. As autoridades, porém, negaram que as acusações tenham qualquer relação com os atentados de 12 de outubro em Bali, na Indonésia.
Em uma entrevista à imprensa, por outro lado, Roche disse anteriormente que participou de reuniões, na Austrália, com Abu Bakar Ba'asyir, apontado com o líder espiritual do grupo terrorista Jemaah Islamiyah (JI). Roche também alegou ter se encontrado com Osama bin Laden e ter feito treinamento sobre o manejo de explosivos com a rede Al Qaeda no Afeganistão.
Ao jornal "The Australian", Roche disse que vinha tentando recrutar ocidentais para ajudá-lo a montar uma célula da Al Qaeda na Austrália. Segundo Roche, o alvo dos atentados com bombas que planejava não era o povo australiano, mas sim os que estão assassinando muçulmanos em outras partes do mundo, especialmente nos territórios palestinos.
Também hoje, o governo australiano alertou ter recebido "informação confiável" sobre um possível ataque terrorista no país, o qual aconteceria nos próximos meses e teria ligações com a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O secretário de Justiça em exercício, senador Chris Ellison, disse que os detalhes da ameaça ainda são poucos, acrescentando, porém, que o governo está levando os riscos a sério. A ameaça em questão é similar às recebidas nos últimos dias pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha.
Assim como nos outros países, os australianos foram aconselhados a relatar à Polícia qualquer comportamento ou atitude que considerarem suspeitos.
Ellison salientou, por outro lado, que a população não deve entrar em pânico e precisa levar a vida normalmente. "Fiquem alertas, mas não alarmados", disse.