Brasília, 19/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - "Do ponto de vista brasileiro, a liberalização comercial não é um fim em si mesmo. É, antes de mais nada, um instrumento para fomentar o desenvolvimento, diminuir as disparidades de renda e melhorar a qualidade e a oferta de empregos na região". A afirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, na Cúpula Parlamentar de Integração Continental, sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Segundo ele, é indispensável que os países tenham em mente as preocupações da sociedade civil com as negociações. Para o ministro, os governos precisam fazer um esforço constante para explicar o processo negociador, reduzir as resistências e dialogar claramente com todos os setores interessados. Ele ressaltou que nenhuma política externa, inclusive de comércio internacional, é sustentável sem o apoio da opinião pública.
"A Alca, assim como qualquer negociação comercial, não pode prescindir desse elemento essencial de sua sustentabilidade. O apoio da opinião pública confere legitimidade ao processo negociador e requer que se leve em conta tanto a indispensável reciprocidade dos interesses econômicos, quanto as grandes questões sociais do emprego, da pobreza e da exclusão", acrescentou Lafer.
O ministro afirmou também que a observação do equilíbrio geral das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é fundamental para a concretização do bloco econômico. Para ele, é necessário avançar na discussão dos diversos temas envolvidos por meio da negociação de compromissos capazes de satisfazer os interesses mínimos de todos os países do continente – exceto Cuba.
Lafer ainda destacou que o Brasil, junto com seus sócios do Mercosul, atribui grande importância às negociações dos produtos agrícolas na Alca, não apenas em seus aspectos tarifários, mas também na eliminação de subsídios à exportação e ao disciplinamento de todas as práticas que distorcem o comércio de produtos agrícolas.