Embaixador fala sobre o programa de bolsas do Instituto Rio Branco

19/11/2002 - 18h25

Brasília, 19/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Como parte das comemorações da Semana da Consciência Negra, a Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, trouxe à Brasília os 20 bolsistas afro-descendentes do Programa de Ação Afirmativa, do Instituto Rio Branco/MRE. O aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, morto em 1695, será comemorado nesta quarta-feira. Hoje à tarde, os bolsistas participaram de palestra na sede da Fundação.

O embaixador Gilberto Saboia, subsecretário-geral de política bilateral do Ministério das Relações Exteriores, falou sobre a importância do programa para ampliar a capacidade competitiva de camadas menos favorecidas da sociedade na participação para o mercado de trabalho. Em entrevista à Radiobrás, o embaixador disse que a idéia das bolsas é "democratizar e preservar a excelência". Ele alertou para que "as instituições públicas brasileiras sejam representativas do conjunto da população brasileira, porque a diversidade brasileira é uma grande riqueza do nosso país".

Participaram da mesa de debates o ministro do Instituto Rio Branco, João Almino, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Carlos Alves Moura, e Maria de Lourdes Siqueira, coordenadora de ciência e tecnologia da Fundação Palmares. "Eu sei que essa é uma ação pioneira", destacou Sabóia durante sua palestra.

O embaixador alertou para o fato de que, na comemoração dos 500 anos do Brasil, talvez não se tenha dado a devida atenção aos afro-descendentes, na construção do país. "É preciso focalizar ações" para combater o racismo e ter uma sociedade representada de forma mais equilibrada, explicou o embaixador.

"Hoje, eu estou tendo uma oportunidade que minha mãe, quando quis, não teve", lamentou a bolsista Jamile Cardoso Cerqueira, que é de Salvador, e por causa do programa veio para Brasília, estudar. A Bolsa paga uma quantia em dinheiro, para ser usada em livros e estudos (cursos e professores), disse.

O programa de bolsas foi possível por meio de um convênio entre quatro ministérios: das Relações Exteriores (através do Instituto Rio Branco), da Justiça (por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos), da Cultura (por intermédio da Fundação Cultural Palmares) e da Ciência e Tecnologia (utilizando-se do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq).