Ministro diz que espionagem de comunicações é ataque à soberania e tem que ser respondida com firmeza

09/07/2013 - 19h35

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse hoje (9) que os governos de países que tiveram suas comunicações monitoradas pelos Estados Unidos têm que responder com “muita dureza” à possível espionagem. Segundo Carvalho, a Cúpula do Mercosul, na próxima sexta-feira (12), em Montevidéu, será uma oportunidade para que os países do bloco se manifestem em conjunto contra as denúncias de monitoramento norte-americano.

“Qualquer ferimento, qualquer ataque à soberania de um país, tem que ser respondido com muita dureza. Porque, se a gente abaixar a cabeça, amanhã eles passam por cima da gente.” 

Reportagem do jornal O Globo revelou que as comunicações do Brasil estavam entre os focos prioritários de monitoramento pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), segundo documentos divulgados pelo ex-agente norte-americano Edward Snowden, que trabalhava em prestadora de serviços para a NSA. Os dados eram monitorados por meio de um programa de vigilância eletrônica altamente secreto chamado Prism.

Além do Brasil, o México, a Venezuela, Argentina, Colômbia, o Equador e outros países latino-americanos foram alvos de programas de espionagem e rastreamento da NSA.

“Na sexta-feira, a presidenta Dilma vai estar em uma reunião do Mercosul, vai ser uma boa ocasião para se tomar uma decisão em conjunto. Nós consideramos o fato gravíssimo, da mesma forma como foi grave o evento com o presidente Evo Morales”, disse Carvalho, referindo-se à decisão de países europeus de fechar seus espaços aéreos ao avião do presidente da Bolívia, na última semana.

Carvalho disse que é preciso investigar as denúncias para que a reação do governo brasileiro não seja baseada em informações preliminares, mas reforçou que as respostas precisam ser firmes. “Tem que ter muita maturidade nesse tipo de relação. Mas ela não pode deixar de ser muito dura e muito firme. É defesa da soberania nacional, defesa do nosso povo”.

Edição: Juliana Andrade

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