Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - No próximo domingo (10), a partir das 9h, cerca de 200 mulheres de todas as idades e profissões vão escalar o Morro da Babilônia, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, que é hoje (8). O evento é organizado pelo grupo Mulheres na Montanha e elas vão sair da Praia Vermelha.
O grupo Mulheres na Montanha foi criado em 2005, quando nove escaladoras, que praticavam o esporte com amigos homens, decidiram começar a escalar juntas. “A coisa começou como uma brincadeira”. Em 2006, devido à morte de uma amiga, a escalada deixou de ser feita mas, em 2007, foi retomada. “De 2007 para cá, a adesão foi crescendo, a ponto de, no ano passado, 198 mulheres participarem”, disse à Agência Brasil a corretora de seguros Adriana Mello, articuladora do grupo.
Por causa de uma brincadeira, foi ficando um evento comemorativo e fixo. Adriana Mello recomenda a escalada como um esporte saudável para todas as mulheres. “Não há coisa melhor para desestressar do trabalho”, disse. Ela concilia a escalada, que considera um hobby, com a profissão. Disse que se trata de um esporte para mulheres de todas as idades. “Um amigo meu vai levar a filha e a neta. E minha mãe, de 74 anos, continua escalando e vai estar lá também. O que eu acho mais interessante na escalada é o convívio com pessoas de idades e profissões diferentes”, disse.
Silvia Batalha é desenhista industrial. Sua primeira experiência em escalada foi aos 29 anos, na Argentina. Ela faz parte do grupo desde a sua fundação. “Participo porque somos todas amigas, uma família”. Hoje, aos 36 anos, define a escalada como terapia. Silvia disse que hoje as mulheres já ingressam no mundo da escalada sem influência alguma de maridos ou namorados, ao contrário do que ocorria no passado. O namorado de Silvia também é escalador.
Os chamados esportes na montanha envolvem uma série de atividades, entre as quais a caminhada e a trilha. Outra atividade na montanha consiste em escalar pequenos blocos de pedras, geralmente com altura não superior a 6 metros.
Para Adriana Lima, a escalada no Morro da Babilônia é uma forma de trazer as mulheres para o esporte e mostrar que é possível fazer escalada em qualquer idade. “Não há limitação física. Nenhuma condição de gênero é impeditiva para a prática do esporte”.
A cidade do Rio de Janeiro é considerada o berço do montanhismo no Brasil. Foi aqui que a inglesa Henrietta Casteirs deu uma contribuição histórica para o avanço desse esporte no país ao escalar o Pão de Açúcar, em 1817, aos 39 anos, tornando-se a primeira pessoa a alcançar o cume daquela montanha.
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Edição: José Romildo
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