Chávez tem reunião de cinco horas com equipe de governo, diz vice-presidente

23/02/2013 - 12h12

Leandra Felipe*
Correspondente da Agência Brasil/EBC

Bogotá - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participou de uma reunião no Hospital Militar de Caracas com a equipe de governo, que se estendeu por mais de cinco horas na tarde desta sexta-feira (22), informou o vice-presidente do país, Nicolás Maduro. Segundo ele, Chávez se comunicou por escrito ao longo da reunião e discutiu temas econômicos, sociais e de segurança no país.

Na noite de ontem, Maduro fez um balanço da reunião aos meios de comunicação no país. Além do vice, participaram do encontro, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, e outros integrantes do Executivo.

De acordo com Maduro, Chávez participou de três reuniões. "Estivemos juntos com ele por cinco horas e meia. Ele está com muita energia, ânimo, força e vitalidade", disse.

O vice-presidente relatou que a comunicação com Chávez foi feita por "distintas vias de entendimento", já que o presidente apresenta dificuldades para falar devido a uma cânula traqueal. De acordo com Maduro, o presidente está recebendo tratamento e a insuficiência respiratória está sendo tratada com intensidade.

"Ainda com a cânula na traqueia para apoiá-lo em sua respiração, Chávez se comunicou por distintas vias escritas, para nos dar as orientações, fazendo como vocês sabem um grande esforço, com ânimo extraordinário, com sorriso e olhos brilhantes e vibrantes", detalhou.

Na reunião, foram tomadas decisões seconômicas para garantir a continuidade das ações sociais, em especial as de habitação, segundo o governo. Chávez também deu instruções ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, sobre a convenção de hoje (23), que irá escolher os pré-candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) às eleições municipais.

Maduro contou ainda que, na reunião, Chávez estava acompanhado de parentes - as filhas e os netos. As especulações sobre a gravidade do estado de saúde do presidente aumentaram ontem (22). Na noite de quinta-feira (21), o ministro de Comunicação e Informação do país, Ernesto Villegas, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em que informou que a insuficiência respiratória de Chávez persiste, sem tendência favorável de melhora.

O movimento estudantil e a oposição venezuelana têm cobrado do governo informações sobre a capacidade de governar de Chávez e ontem o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (OEA), José Miguel Insulza, expressou sua opinião sobre a situação política no país, que ainda não teve o juramento do presidente para o novo mandato.

Segundo ele, a interpretação de adiar a posse devido ao tratamento em Cuba foi uma decisão acertada no momento em que foi tomada em janeiro. "Em termos políticos, isto [o adiamento] evitou um conflito que não era necessário. Mas o tema será resolvido e na próxima semana, já saberemos qual será a situação do presidente e se ele vai poder governar ou não", declarou em uma conferência sobre a democracia na América do Sul, em Paris.

Insulza ressaltou que com o comentário não pretendia fazer nenhuma "ingerência em assuntos internos do país, nem opinar se Chávez deveria ou não deixar o poder".

* Com informações da televisão estatal Telesur

Edição: Carolina Pimentel
 

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