Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Sob sol forte de 30 graus Celsius, o Galinho de Brasília saiu hoje (11) para mais uma tarde de frevo nas ruas de Brasília, encerrando sua participação no carnaval de 2013 – o bloco também saiu no último sábado (9). Idealizado há 21 anos por pernambucanos saudosos da folia na terra natal, o Galinho mantém a tradição de reunir pessoas de todas as idades para brincar pelas ruas da Asa Sul, bairro da capital federal.
Depois de ter levado os filhos ainda bebês para festejar na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia, João e Selma escolheram Brasília para pular o carnaval de 2013. Pernambucano, João diz que a festa em Brasília é uma das melhores para ir com as crianças – hoje com 5 anos e 1 ano e meio - pois não há tumulto. “Para quem procura um carnaval saudável, aqui é uma ótima opção”.
Se agrada aos pequenos, o Galinho também recebe bem os foliões mais experientes “Adoro frevo, venho todo ano”, diz o veterano Luiz Leandro Santos, de 86 anos. Os olhos só ficam turvos ao lembrar da mulher, que morreu há 12 anos, eterna companheira de festas. Mas a tristeza logo vai embora com os novos acordes de frevo. “O importante é manter a alegria”, resume seu Luiz, já dançando ao ritmo da festa.
Enquanto os foliões tentam acompanhar o malabarismo dos dançarinos, trazidos de Olinda especialmente para a ocasião, o frevo conquista até quem não consegue pular. De perna quebrada, o garoto Eduardo fez questão de vir ao Galinho com a família toda, e garante não se importar de ficar na cadeira de rodas enquanto todo mundo dança. “Estar aqui na diversão já anima”, explica, enquanto ensaia movimentos de frevo com uma sombrinha colorida nas mãos.
Aos 37 anos, Janílson sai no Galinho há quase 18, mas não como folião. Ele é um dos 26 músicos que fazem o som ao vivo do bloco, e garante não sentir cansaço por tocar oito horas ininterruptas de música. “A gente se diverte mais aqui [em cima do carro de som] que aí embaixo, com certeza”, diz, enquanto se prepara para entrar na percussão.
Correndo de um lado para o outro, o presidente do Galinho, Franklin Maciel, diz que está há três dias sem dormir, mas que tudo vale a pena quando o bloco está na rua. Ele acredita que o carnaval de Brasília já é uma realidade, sendo o Galinho um de seus carros-chefe.
“O carnaval tem onde você procura. Ele não vem até você, você que tem que ir até ele”, diz, orgulhoso de ver seu bloco crescer a cada ano. Segundo Franklin, o Galinho reuniu 15 mil foliões no último sábado, número que espera superar hoje.
Edição: Davi Oliveira
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