Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Apesar de o carnaval da capital não estar entre os mais tradicionais do país, a cada ano o feriado atrai mais visitantes do entorno e os próprios moradores da cidade têm frequentado as festas locais. Neste ano, são esperados aproximadamente 300 mil foliões só nos oito blocos de rua mais tradicionais e nos desfiles das escolas de samba, sem contar com os blocos menores, os shows, os bailes e as matinês em clubes.
Com as comemorações, aumenta a necessidade de mão de obra, para executar atividades típicas do período – como costurar fantasias e fazer a limpeza e a segurança de blocos. A demanda por trabalhadores também é maior para reforçar serviços que se intensificam nesse período – como atendentes em restaurantes e bares, fotógrafos, técnicos de som, de iluminação e montagem, entre outros.
De acordo com o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília, Jean de Sousa Costa, a dinâmica das escolas de samba deve gerar cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos. Para a organização e a direção dos eventos, espera-se que mais de 2,6 mil pessoas estejam envolvidas. Nas oito bandas e três orquestras que se apresentarão nesses blocos tradicionais, cerca de 280 músicos e 150 passistas, bailarinos e dançarinos irão trabalhar. Para atuar nos locais de festa, foram contratados aproximadamente 400 seguranças.
"Esses gastos vão gerando empregos em cadeia. Quase todo o material usado nos blocos foi comprado em Brasília, por exemplo”, disse o presidente e um dos fundadores do bloco Galinho de Brasília, Franklin Maciel Torres.
O governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$1,4 milhão na execução do carnaval dos blocos e R$ 5,6 milhões para os desfiles das escolas de samba. O presidente da Liga dos Blocos Tradicionais informou que a estimativa é cada pessoa gastar, em média, entre R$ 50 e R$ 70 por dia de festa, sem considerar eventuais aluguéis de fantasias e compra de abadás.
“Brincando, brincando, devo ter feito mais de 20 fantasias para as minhas clientes mais assíduas usarem neste carnaval. Quando elas recomendam o meu trabalho, faço ainda mais. Com certeza dá para tirar um dinheiro extra nessa época do ano “, disse a costureira Andria do Nascimento.
Segundo o DJ André Azevedo, o volume de trabalho aumenta nesses períodos. Ele, que faz, em média duas festas por fim de semana, fará a montagem de som e iluminação em mais de oito, nos quatro dias de carnaval.
"Todo esse trabalho [me leva a] contratar pessoas para me ajudar. Não só para montar o equipamento, mas também para me auxiliar na hora das festas. Em muitos casos, como será o deste carnaval, vou ter que comprar alguns equipamentos, como fiação. É um investimento, mas isso gera renda também em outros setores” informou.
A geração de emprego nesse período, no entanto, fica bastante restrita ao setor informal da economia. De acordo com a Secretaria do Trabalho do GDF, não há mudanças significativas na oferta de trabalho com carteira assinada por causa do carnaval. Há atualmente, 522 vagas formais disponíveis no Distrito Federal, segundo o portal Mais Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os destaques são as vagas para pessoas com deficiência, auxiliar de limpeza, segurança e auxiliar de linha de produção. O perfil das vagas oferecidas e a quantidade de postos seguiram basicamente as características dos meses anteriores.
Edição: Tereza Barbosa
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