Daniel Lima*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo continuará atuando para reduzir ao máximo a volatilidade (variação excessiva) cambial, mas manterá a política de câmbio flutuante. A garantia é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que discutiu hoje (13) com parlamentares a execução orçamentária da União na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O Banco Central tem realizado operações no mercado financeiro para reduzir a alta da moeda norte-americana, que ontem fechou acima de R$ 2,05.
“O governo como um todo, em todas as áreas, trabalha com a ideia de não permitir volatilidade excessiva do câmbio. Esse é um trabalho que o BC faz e está na sua esfera de trabalho institucional, mas a nossa participação [do Tesouro Nacional] é de auxiliar, eventualmente”, disse o secretário.
Arno lembrou que as operações do Tesouro Nacional são mais efetivas quando realizadas para a compra de dólares destinados à rolagem da dívida externa. Para ele, a preocupação do governo com a instabilidade do câmbio é um processo natural, na medida em que a crise internacional tem impacto também na economia brasileira, com diferentes efeitos.
“Temos dias melhores e dias piores, com interferências no câmbio. Estamos atuando como governo para diminuir ao máximo a volatilidade. Trata-se de uma circunstância internacional. O prognóstico é de acompanhar dia a dia. Não se tem como previamente saber como será o momento de amanhã”, destacou.
O secretário não quis definir um patamar ideal para cotação da moeda norte-americana. Segundo ele, é importante que a área econômica do governo tenha muito cuidado ao se posicionar sobre esse assunto. O problema, informou, é manter um certo equilíbrio e não sair de certos parâmetros, a fim de evitar a volatilidade excessiva, com grandes valorizações do dólar ou grandes desvalorizações.
Sobre o programa de recompra de títulos do Tesouro Nacional corrigidos pelo dólar, o secretário disse que existe um programa do governo em andamento, com parâmetros pré-estabelecidos. E o objetivo dessas operações, segundo ele, é apenas reduzir a posição de devedor do governo.
“Nós fazemos a recompra dentro de certos parâmetros, e na última operação fizemos recompra em valores expressivos, e isso vai continuar. No caso concreto, o efeito de recompra da dívida é diminuir o nosso posicionamento devedor e aumentar as reservas”, enfatizou. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, os leilões de recompra este ano já ultrapassaram US$ 2 bilhões.
*Colaborou Kelly Oliveira//Edição: Davi Oliveira