Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), deputado Odair Cunha (PT-MG), que é do mesmo partido do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, disse que a situação da quadrilha investigada pela CPMI é muito diferente nos dois estados. “Tudo que foi visto até agora mostra que as atividades do Cachoeira são infinitamente superiores em Goiás do que no Distrito Federal”.
Na opinião de Odair Cunha, os vínculos entre o governador Agnelo e o empresário goiano, que é suspeito de comandar uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e fraudava licitações corrompendo agentes públicos, “não foram comprovados”.
Durante o depoimento de Agnelo, que durou cerca de dez horas, parlamentares oposicionistas insistiram em perguntas sobre a compra da casa dele, que custou R$ 400 mil. Alguns parlamentares insinuaram que o valor estaria muito baixo do preço geral dos imóveis situados no mesmo bairro em Brasília. Também houve questionamentos sobre de onde o governador teria tirado dinheiro, uma vez que seu patrimônio à época seria incompatível com o valor.
Para o relator, no entanto, os valores e a compra da casa de Agnelo não são importantes e não devem ser explorados pelos membros da CPMI. “A casa não é objeto da CPI. Ele precisa prestar os esclarecimentos à Justiça”.
Sobre as quebras de sigilo de Agnelo e de Perillo, Cunha disse que serão analisadas regimentalmente pelos parlamentares. Os dois colocaram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição dos membros da CPMI. Amanhã, em reunião administrativa, os deputados e senadores irão votar os requerimentos relativos ao assunto.
Edição: Rivadavia Severo