Agência de águas abre consulta para elaborar plano de uso e capacidade da Bacia do Rio Paranaíba

11/05/2012 - 17h43

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A partir de segunda-feira (14), a sociedade civil, os empresários e as universidades de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e do Distrito Federal poderão apresentar sugestões para melhorar o gerenciamento da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba, que banha cidades de todas essas unidades da Federação.

As informações que virão a partir das sugestões serão usadas no Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (PRH-Paranaíba). O objetivo da iniciativa é conhecer a situação atual nas áreas da bacia e projetar qual será o cenário no futuro, tal como a possibilidade de escassez de água em determinadas regiões. O Rio Paranaíba e seus afluentes banham 133 municípios goianos, 55 cidades mineiras, quatro municípios do Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.

“Na primeira etapa, fizemos o diagnóstico, com o que tem nas regiões, como aspetos físicos e econômicos, quanto está sendo usado de água e qual a disponibilidade de recursos hídricos. Agora, queremos saber o que pode acontecer até 2030, o que pode piorar e onde teria conflito, por exemplo”, explicou o especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Márcio de Araújo Silva.

As consultas serão divididas em nove reuniões públicas, em diferentes cidades, entre 14 de maio e 1° de junho. Nesses encontros, a proposta é reunir sugestões tanto de representantes de governos locais quanto de usuários de recursos hídricos e comunidades locais. “Todos devem se envolver. As pessoas das regiões [banhadas pela bacia hidrográfica] têm conhecimento local que, muitas vezes, não conseguimos enxergar. Elas conhecem as realidades e potencialidades, como o turismo”, disse Márcio Silva.

Com os primeiros resultados, técnicos da ANA identificaram áreas que já enfrentam conflitos hoje. Uma delas está na região da Bacia de São Marcos, que atende Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. “Lá, existe conflito entre usina hidrelétrica e irrigantes [uso de água para lavouras, por exemplo]. Você já tem limite para o crescimento de uso do recurso na região”.

Depois desses levantamentos, a agência reguladora e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, responsáveis pelas consultas públicas, vão indicar investimentos e intervenções que devem ser feitos em cada região para evitar ou minimizar problemas futuros. “Podemos propor aumento do nível de tratamento de esgoto, ou, se tenho rio e pouco conhecimento da biodiversidade nesse rio, posso propor programas de estudo sobre a biodiversidade existente”, explicou.

Edição: Lana Cristina