Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As autoridades francesas anunciam na próxima segunda-feira (16) se existem condições de transcrever o que há nas caixas-pretas do Airbus da Air France que caiu no caminho entre o Rio e Paris, há quase dois anos. Porém, o diretor do BEA, o escritório de investigação francês, Jean Paul Troadec, afirmou de antemão que os diálogos envolvendo os pilotos não serão divulgados.
“As transcrições só virão a público, se as informações forem importantes para investigação”, disse. As informações são da emissora pública francesa, Rádio França Internacional (RFI).
Ontem (12) chegaram a Paris as duas caixas-pretas do avião que fazia o voo 447. O chefe da investigação, Alain Bouillard, afirmou que aparentemente o estado geral das caixas é bom. Uma das caixa-preta registra os parâmetros do voo e a outra os diálogos dos pilotos – esta segunda será submetidas a testes elétricos para verificar se é possível decodificá-los.
O sistema de memória das caixas-pretas será submetido a uma limpeza detalhada, envolvendo o uso de lupa microscópica para verificar se há pontos de corrosão ou fissuras. A análise só será feita se ela estiver totalmente intacta.
As investigações são acompanhadas pelo coronel brasileiro Luís Cláudio Lupoli, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Também integra a equipe do Brasil o major da Aeronáutica Sidney Silva.
Na próxima quarta-feira (18), serão divulgados os resultados das amostras recolhidas pelos peritos nos restos mortais das duas vítimas resgatadas, na semana passada. O diretor do Instituto de Pesquisas Criminais da França, coronel François Daoust, disse que se a identificação não for possível a equipe fará novas tentativas de resgate dos corpos.
De acordo com a perícia francesa, os restos mortais das vítimas incluem ossos como o fêmur, o que facilita a identificação. Em uma carta enviada às famílias, os juízes responsáveis pelo processo de homicídio culposo contra a Air France e a Airbus informaram que só serão resgatadas as vítimas que possam ser identificadas.
Edição: Talita Cavalcante