Padre apresenta documentos que comprovam maus-tratos a moradores de rua em Paranaguá

16/10/2006 - 21h08

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O padre Adelir Antonio de Carli, que denunciou maus-tratos e expulsão de moradores de rua da cidade de Paranaguá, no litoral do estado, entregou hoje (16) ao secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, novos documentos que comprovam oscrimes. Os documentos são um vídeo, em que o secretário de Segurança Municipal deParanaguá, sargento Álvaro Domingues Neto, alega durante sessão na Câmara de Vereadores que o vice-prefeito da cidade teria conhecimentodo "transporte" de mendigos para fora da cidade, e a foto deum morador de rua que teria sido agredido a coronhadas por umguarda municipal. Delazari convidou o padre para também assinar o ofício a ser enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA), com informações sobre a violação de direitos humanos. "Precisamos de toda a força possível, porque nossa meta é resguardar a dignidade humana e queremos ainda servir de exemplo para que outras comunidades não tenham medo de enfrentar seus problemas", disse o padre. Ele pediu ainda que fosse investigada razão da demora da Prefeitura de Paranaguá em responder a um ofício que relata as denúncias de maus-tratos contra os moradores de rua.O secretário municipal de Segurança e quatro guardas da cidade de Paranaguá estão presos na capital desde a semana passada, acusados de tortura e abuso de autoridade. Segundo inquérito concluído pela Polícia Civil, os guardas municipais retiravam moradores de rua e os torturavam, para depois deixá-los em um bairro da periferia de Curitiba e também na cidade de Registro, em São Paulo. Ainda estão foragidos da polícia três guardas municipais que teriam participado dos crimes.