Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio - A crise na economia da Argentina e o fato de 2002 ter sido um ano eleitoral no Brasil foram os dois fatores apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para justificar a redução dos investimentos do governo federal em obras públicas naquele ano.
A Pesquisa Anual da Indústria da Construção/2002 divulgada nesta 6ª feira pelo IBGE mostra uma queda de quase 10% nas contratações de empresas da construção pesada entre 1996 e 2002, sendo que os cortes mais significativos foram na manutenção das rodovias.
O gerente de Análise e Metodologia da Coordenação de Indústria do órgão, Alexandre Brandão, destacou que o racionamento de energia elétrica em 2001 retraiu a construção pesada por conta da paralisação em vários processos de licitação de hidrelétricas, estradas e outras obras do segmento de infra-estrutura. "Associado a este problema, o quadro externo não era favorável por causa da crise na Argentina e ainda sendo 2002 um ano de eleição, o governo restringe os investimentos", explicou.
Para Brandão, os resultados de 2003 ainda não serão positivos, mas a pesquisa de 2004 já deve refletir a retomada dos investimentos do governo e também do setor privado.