Brasília, 7/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Alergia, quem não tem? Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 30% dos habitantes do planeta possuem algum tipo de intolerância à poeira doméstica, pó, mofo, pólen de plantas, entre outras mil causas. Mas as previsões são ainda mais assustadoras. Segundo a OMS, até o fim do século, metade da população humana sofrerá de algum tipo de alergia.
No Brasil, a legião de alérgicos é proporcionalmente maior. Atualmente, 35% dos brasileiros padecem desse mal. A maioria sofre de asma, doença alérgica que mata cerca de duas mil pessoas por ano no país e é uma das grandes causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS).
A alergia é uma doença curiosa. Ela é uma autodefesa exagerada do próprio organismo a uma substância que provoca alergia, como a poeira por exemplo.
Segundo especialistas, 80% dos asmáticos têm rinite, doença alérgica considerada ponto de partida para uma crise de asma.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia, Valfrido Antunes, alguns fatores são responsáveis pelo crescente número de alérgicos no País. "O aumento da poluição, das substâncias químicas no ar, os animais, a vida em ambientes fechados são alguns fatores que influem para o aumento das doenças alérgicas no Brasil", enfatiza.
Mesmo sabendo que as doenças alérgicas não têm cura definitiva, Valfrido Antunes recomenda alguns cuidados simples para que as alergias sejam controladas. "O alérgico que tem asma ou rinite deve evitar poeira, mofo, pelo de animais, e os que têm urticária descobrir o quanto antes o causador para que possam fazer um tratamento contra esse agente".
Ele lembra também que, como todas as doenças, as alérgicas têm um fator de fundo emocional.
Ao contrário do que muitos pensam, a rinite alérgica não é doença tão simples assim. Durante as crises, os alérgicos podem ter desde uma simples coceira no nariz, até uma reação alérgica generalizada que pode causar uma parada cardíaca respiratória e até a morte. Por isso, a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia lançou hoje, em todo o país, campanha para orientar a população sobre como prevenir a doença.
As alergias respiratórias são as mais graves, pois comprometem o dia-a-dia dos pacientes. Elas afetam diretamente o rendimento escolar das crianças e a produtividade dos adultos no trabalho.
Para melhor qualidade de vida, os especialistas recomendam que além do controle ambiental, como por exemplo manter a casa limpa, pacientes alérgicos podem prevenir crises fazendo a higienização nasal com soro fisiológico, várias vezes por dia, mesmo não estando em crise.