Brasília, 07/05/2004 (Agência Brasil - ABr) - Até novembro deste ano, o governo federal quer publicar um marco regulatório que permita a adição de 2% de biodiesel ao diesel no Brasil. A iniciativa tem como objetivo, além de produzir combustíveis que preservem o meio ambiente, incrementar a pauta de exportações do país. Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, a alternativa de adicionar biodiesel ao diesel já é utilizada por países como os Estados Unidos, França, Alemanha e França.
O governo também pretende promover maior inclusão social com o marco regulatório. Como no país o biodiesel será produzido com base na mamona, a intenção é estimular a produção da planta por meio da agricultura familiar, especialmente em regiões pobres do país, como o Semi-Árido nordestino. "Essas plantações de mamona ocorreriam em pequenas propriedades, por meio de agricultura familiar que o governo procurará estimular", ressaltou Singer.
A decisão de adicionar o biodisel ao combustível foi discutida hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a Comissão Executiva Interministerial que está estudando o tema. Participaram do encontro, no Palácio do Planalto, os ministros Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Dilma Roussef (Minas e Energia), Roberto Rodrigues (Agricultura), Márcio Fortes (interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), além do presidente da Petrobras Distribuidora, Luiz Roberto Landim.
O biodiesel é um combustível obtido a partir de óleos vegetais, principalmente de girassol e de colza. Ele é considerado uma fonte de energia renovável e uma alternativa aos combustíveis tradicionais, não renováveis, como a gasolina. O biodiesel reduz as emissões poluentes, estimula a agricultura rural e reduz a dependência energética do país - uma vez que interfere na importação de petróleo bruto pelo Brasil. O combustível é geralmente utilizado em motores diesel, em mistura com o gasóleo, ou mesmo puro.