Rio, 8/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, defendeu o direito de a holding ter participação majoritária em empreendimentos feitos em parcerias com a iniciativa privada e financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O modelo não é estatista. Saímos do Plano Nacional de Desestatização e, por isso mesmo, gostaríamos de ser majoritários em algumas parcerias com a iniciativa privada".
A defesa foi feita na sede da Light, no Centro do Rio, onde a Eletrobrás assinou convênio para a implantação do ReLuz na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, Pinguelli Rosa respondia a uma pergunta sobre o novo modelo do setor elétrico, aprovado recentemente no Senado Nacional, mas que ainda será analisado nesta semana na Câmara dos Deputados.
"A aprovação do novo modelo é um avanço significativo para o setor energético brasileiro, um marco institucional, mas que não é perfeito porque sofreu injunções políticas que o deixaram um tanto desequilibrado em relação ao modelo original. Agora passado pelo Congresso tem que se tomar as medidas necessárias para torná-lo exequivel".
O presidente da Eletrobrás, no entanto, ainda acredita que na Câmara o trabalho de regulamentação possa fazer algumas compensações, em relação ao texto aprovado no Senado. Ele citou, como exemplo de distorções, a introdução do "pool" de energia, que no novo modelo vai criar problemas para a Eletrobrás, na medida em que o custo da energia será igual independentemente de sua origem: "Vamos buscar nos adequar e estudar seu impacto sobre as nossas contas. Acredito que o trabalho de regulamentação vai procurar fazer essascompensações".