Síria: regime está pronto para tomar medidas humanitárias e cessar ataques em Aleppo

17/01/2014 - 11h39

Da Agência Brasil*

Brasília - O poder sírio está pronto para tomar uma série de medidas humanitárias, libertar prisioneiros e aplicar um plano de cessar-fogo na província de Aleppo, anunciaram hoje (17) os chefes da diplomacia síria e russa em Moscou. Aleppo, uma das principais frentes do conflito que devasta o país há mais de dois anos e meio, está dividida, desde o verão de 2012, entre as áreas rebeldes e os setores controlados pelo regime.

Essas propostas respondem a algumas das condições da oposição síria no exílio, que vai decidir hoje (17) em Istambul, na Turquia, a participação na Conferência de Paz Genebra 2, prevista para 22 de janeiro em Montreux, na Suíça.

"Notamos que o governo sírio está pronto, e isso foi confirmado hoje pelo ministro [sírio], para tomar uma série de medidas de caráter humanitário, nomeadamente em resposta aos nossos apelos", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, ao final de uma reunião, com o colega sírio Walid Muallem.

Muallem indicou que o regime de Bashar Al Assad estava pronto para fazer trocas de prisioneiros de guerra. "Informei ao ministro Lavrov que estávamos prontos para trocar detidos por prisioneiros capturados pelo campo contrário", disse.

Damasco transmitiu a Moscou um plano para garantir a segurança na região de Aleppo, de acordo com o ministro. "Tendo em conta o papel da Rússia para pôr fim ao banho de sangue na Síria, bem como nossas relações de confiança, transmiti hoje ao ministro Lavrov um plano de várias medidas para garantir a segurança em Aleppo", disse Muallem.

"Pedi ao ministro Lavrov que estabeleça os contatos necessários para realizar esse plano, para determinar o momento exato do fim de todas as ações militares na região", acrescentou.

Na segunda-feira (13), durante um encontro entre Lavrov e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Paris, os Estados Unidos e a Rússia apelaram para "um cessar-fogo" limitado geograficamente, antes da conferência de paz. Esse cessar-fogo foi uma das condições apresentadas pela Coligação da Oposição Síria para participar da Conferência de Paz Genebra 2.

Lavrov, Kerry e o enviado especial da Liga Árabe e da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, defenderam as "trocas de prisioneiros" entre os rebeldes e o regime sírio e a criação de "corredores humanitários" na Síria, exigidos pela Coligação da Oposição.

A Conferência Genebra 2 tentará encontrar uma solução política capaz de pôr fim à guerra civil na Síria, que já fez mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados desde março de 2011.

*Com informações da Agência Lusa

Edição: Talita Cavalcante