Da Agência Brasil *
Brasília - A 2ª Conferência Internacional de Doadores para a Síria arrecadou US$ 2,4 bilhões nessa quarta-feira (15) no Kuwait. O montante equivale a quase 40% do apelo total para a assistência humanitária no país em 2014, que é 6,5 bilhões.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, as doações devem ajudar os sírios que estão abrigados em lugares de difícil acesso, especialmente as crianças, que não contam com assistência médica e educação.
Em janeiro do ano passado, na 1ª Conferência Internacional de Doadores para a Síria, 43 Estados-Membros da ONU se comprometeram a contribuir com US$ 1,5 bilhão para os esforços humanitários no país. Esses recursos foram utilizados para prestar assistência a milhões de pessoas na Síria e em países vizinhos, por meio de rações alimentares de emergência, assistência médica móvel, vacinas, água potável, saneamento básico e abrigo.
“A assistência humanitária é a diferença entre a vida e a morte, a esperança e o desespero. Ela já ajudou milhões de pessoas afetadas por essa crise”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O evento acontece uma semana antes da Conferência Genebra II, em que representantes de cerca de 30 países – incluindo o Brasil – vão negociar uma solução política para a crise na Síria, que já matou mais de 100 mil pessoas desde o levante contra o presidente Bashar Al Assad em março de 2011.
“Esta é a maior crise humanitária que enfrentamos hoje”, disse a coordenadora humanitária da ONU, Valerie Amos, acrescentando que apesar das restrições, as agências e organizações humanitárias conseguiram aumentar as suas atividades no país em 2013.
O chefe da agência da ONU para Refugiados, António Guterres, disse que em poucos anos, a Síria passou de segundo maior país do mundo hóspede de refugiados para se tornar o produtor mais rápido de refugiados do planeta. São 2,3 milhões de sírios registrados como refugiados na região.
“Poucos influxos de refugiados já geraram impacto tão grande em seus países de acolhimento, com consequências demográficas, econômicas e sociais tão dramáticas. A pressão é sentida fortemente em todas as áreas da vida diária, como os aumentos nos déficits orçamentários, o baixo crescimento econômico, de empregos e salários e a instabilidade nos preços em toda a região, fazendo com que as famílias locais tenham que lutar para sobreviver”, disse Guterres.
Ele ressaltou que a generosidade dos países vizinhos à Síria precisa ser acompanhada de um grande apoio internacional e que eles precisam não só de forte ajuda financeira, mas também que outros países abriguem os refugiados que não param de chegar.
Edição: Valéria Aguiar
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