Polícia carioca endurece combate a abusos de torcidas organizadas

27/08/2012 - 17h05

Guilherme Jeronymo*
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, polícias Civil e Militar e o Ministério Público Estadual (MPE) anunciaram medidas hoje (27) para afastar as agremiações de torcedores, as torcidas organizadas dos estádios, além de coibir manifestações violentas esparsas. A torcida organizada Força Jovem do Vasco foi proibida de entrar em estádios durante seis meses, a Torcida Jovem do Flamengo pode ser suspensa e 23 torcedores foram presos e levados a um presídio de segurança máxima em Bangu por lesão corporal, formação de quadrilha, entre outros crimes.

As medidas são resultado de uma semana conturbada, que começou com a morte do torcedor vascaíno Diego Martins Leal, no domingo (18), na zona norte da cidade, em decorrência das agressões de torcedores de uma torcida organizada do Flamengo,

A morte de Leal originou um inquérito de apuração e se cogita a suspensão da Torcida Jovem do Flamengo (TJF), da qual são membros os dois homens detidos pela polícia, acusados do homicídio. No sábado (25), nova briga, ocorrida na região do Méier, na zona norte, deixou dois outros torcedores vascaínos feridos. Policiais militares do Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (Gepe) realizaram a prisão de 23 integrantes da torcida Young Flu, do Fluminense.

Vinte e um desses torcedores foram presos e levados a um presídio de segurança máxima em Bangu, zona oeste da cidade, sob as acusações de lesão corporação, formação de quadrilha, incitação ao tumulto e corrupção de menores, pois os outros dois integrantes apreendidos tinham menos de 18 anos de idade.

“A polícia está agindo muito bem. Está fazendo ações pontuais e ações exemplares. Independente se é briga de torcida ou não, se cometeu o ilícito e a pessoa tem de ser punida. A pessoa tem que arcar com a consequência do ato praticado, tem de ser punida de forma exemplar”, disse o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, em evento na manhã de hoje.

Na ocasião, o comandante do Gepe, tenente-coronel João Fiorentini, acusou os quatro grandes clubes do futebol carioca de praticarem uma política assistencialista às torcidas, que colabora com o fortalecimento dessas entidades, responsáveis pela perpetuação da violência nos estádios.

A agremiação Força Jovem do Vasco recebeu punição do MPE e não poderá ingressar nos estádios durante seis meses. Segundo o órgão do judiciário, a torcida teve responsabilidade na morte do torcedor do Flamengo Bruno Saturnino, em maio deste ano.

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro lançará, na tarde de hoje, um núcleo especializado para investigar torcidas organizadas.

* Colaborou Luis Fernando da Silva

Edição: Fábio Massalli