Da Agência Brasil*
Nova Iorque – As armas químicas foram usadas no conflito sírio pelo menos cinco vezes, segundo relatório dos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) entregue ao secretário-geral, Ban Ki-moon.
Apresentado quinta-feira pelo integrante do grupo, o sueco Ake Sellstrom, o relatório menciona provas críveis e consistentes do uso de armas químicas em cinco dos sete locais inspecionados: Ghouta, Khan Al Asal, Jobar, Saraqueb e Ashrafieh Sahnaya.
Os inspetores da ONU adiantaram que não conseguiram provar o uso do armamento em Bahhariyeh e Sheik Maqsood. A equipe analisou sete de 16 acusações, por não ter recebido “informação suficientemente crível”, justifica no documento.
Ao receber o relatório, Ban Ki-moon comentou o seu conteúdo, mas disse que o uso de armas químicas “é grave violação do direito internacional” e reafirmou o compromisso de eliminar o arsenal do governo sírio.
O relatório “conclui que foram usadas armas químicas no conflito em curso na Síria”, mas não aponta responsáveis, por estar fora das atribuições dos inspetores.
O documento confirma informações do relatório preliminar, entregue a Ban Ki-moon no dia 16 de setembro, sobre o massacre com armas químicas feito, segundo os ocidentais, pelas forças do regime em 21 de agosto. A missão “recolheu provas flagrantes e convincentes da utilização de armas químicas contra civis, entre eles crianças, em uma escala relativamente ampla, na região de Ghouta, Damasco, em 21 de agosto”.
Sobre Khan Al Assal, onde o regime e a oposição se acusam mutuamente de usar armas químicas, a missão “recolheu informações que corroboram as denúncias de utilização de armas químicas, em 19 de março de 2013, contra soldados e civis”.
Em Jobar, perto de Damasco, foi constatada provável utilização de armas químicas, em 24 de agosto de 2013, em uma escala relativamente fraca, contra os soldados”, mas sem informações confiáveis quanto ao sistema de lançamento dessas armas. No Noroeste da Síria, em Saraqeb, “as provas recolhidas sugerem que foram utilizadas armas químicas em 24 de agosto, em fraca escala, contra civis”.
Perto de Damasco, em Achrafié Sahnaya, os indícios recolhidos – por norma, testemunhos, resíduos de munições, amostras de terra e sangue – sugerem a utilização de armas químicas em 25 de agosto, “em fraca escala, contra soldados”.
Sobre as denúncias de ataques em Bahhariyé, em 22 de agosto, e a Cheikh Maqsoud, em 13 de abril, os inspetores “não puderam provar as acusações.
O relatório de 82 páginas, que inclui anexos técnicos, foi encaminhado aos membros do Conselho de Segurança da ONU e deve ser examinado segunda-feira (16).
*Com informações da Agência Lusa
Edição: Graça Adjuto
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