Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Com 88 usinas, a Região Nordeste teve o maior número de vencedores no 18º Leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que ocorreu hoje (13). O estado da Bahia foi responsável por 42 empreendimentos.
No total, 119 usinas arremataram lotes na concorrência para contratar energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração de fontes hidráulica, eólica, solar e termelétrica (a biomassa, o carvão ou gás natural em ciclo combinado). A Região Sul teve 17 usinas vencedoras. Os empreendimentos deverão começar fornecer a energia contratada a partir de maio de 2018.
A maior parte de ofertas vencedoras foi de energia eólica (97) seguida pelas pequenas centrais hidrelétricas – PCHs - (16) e a biomassa (5). Também foi arrematada a Hidrelétrica São Manoel, pelo consórcio Terra Nova, formado pelas empresas EPD e Furnas.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ressaltou uma matriz energética composta por fontes diferentes traz mais segurança aos consumidores. “A diversificação das fontes permite que fontes de características diferentes complementem uma a outra. Por exemplo: os ventos sopram mais forte no Nordeste quando a hidrologia está pior no Sudeste. Ou seja, quando tem menos água no reservatório das hidrelétricas é quando você tem mais vento”, explicou.
Tolmasquim também destacou que a elevada participação das usinas eólicas com um prazo largo para implementação incentivará o desenvolvimento do setor. “Eu não tenho dúvida que essa notícia vai ter um impacto importante na indústria e nos agentes [de energia eólica]”, disse. Segundo ele, o leilão de hoje foi um recorde de contratação desse tipo de usinas.
A entrada de São Manoel foi comemorada pelo presidente da EPE “São Manoel reforça aquela nossa tese de que a hidrelétrica é muito importante, porque, mesmo a [energia] eólica sendo barata, nós estamos contratando uma hidrelétrica bem mais barato do que as eólicas”. O leilão da usina chegou a ser suspenso por uma liminar da Justiça Federal, que foi derrubada ontem (12) pela Advocacia-Geral da União.
Edição: Aécio Amado
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