Da Agência Brasil*
Brasília - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, pediu hoje (27) que manifestantes desocupem prédios públicos da capital, Bangcoc, em troca de negociação com as lideranças da oposição, que tem organizado os protestos na cidade nos últimos dias.
"Estamos prontos para começar a dialogar com os grupos de manifestantes para superar essa crise no país", disse a primeira-ministra. A chefe de Governo convocou reunião de emergência para avaliar como seu gabinete pode conduzir as atividades em meio aos protestos e bloqueios de ministérios.
Funcionários do Departamento de Investigação Social da Tailândia tiveram de deixar o edifício nesta quarta-feira, depois de ele ser cercado pela oposição. Milhares de manifestantes montaram um cordão humano em torno de prédios próximos, como os ministérios da Indústria, do Comércio e do Trabalho.
A base dos protestos na capital tailandesa tem sido o Monumento da Democracia, no centro da cidade. Os ministérios da Agricultura e dos Transportes estão ocupados. O Ministério do Turismo está cercado por manifestantes.
A ocupação dos prédios públicos tem sido liderada pelo antigo vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, contra quem há ordem de prisão expedida. Thaugsuban, que recentemente renunciou ao mandato de deputado, estimulou um grupo de manifestantes que tomou na segunda-feira (25) o edifício do Ministério das Finanças, onde instalou o posto avançado de oposição ao governo. Ontem (26), os manifestantes chegaram a ocupar o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas deixaram o local em seguida.
De acordo com a organização dos protestos, quase 1 milhão de pessoas estão reunidas no movimento contra o governo. As autoridades reduzem esse número para 100 mil. As manifestações em Bangcoc começaram no fim de outubro e se intensificaram ontem (26), com a ocupação dos prédios públicos.
Os manifestantes querem a demissão da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, a quem acusam de corrupção e de ser uma executante das ordens do irmão, o ex-primeiro-minitro Thaksin Shinawatra, deposto por golpe militar em 2006. Thaksin Shinawatra seria julgado por corrupção por tribunais tailandeses, o que não ocorreu por ter se exilado no exterior.
*Com informações da Agência Lusa e da Itar Tass, da Rússia
Edição: Graça Adjuto