Da Agência Brasil *
Brasília - Manifestantes tailandeses exigem a demissão do governo e paralisaram hoje (26) ministérios na capital do país, Bangcoc. Depois de semanas de mobilização quase diária, dezenas de milhares de pessoas estão concentradas desde domingo (24) para exigir a saída da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra. Os manifestantes rejeitam a chefe de governo e, especialmente, seu irmão, o ex-premiê Thaksin Shinawatra, destituído por um golpe de Estado em 2006.
Apesar de exilado, o ex-líder é uma figura ao mesmo tempo amada e odiada na Tailândia. A sociedade se divide entre massas rurais e urbanas desfavorecidas do Norte e do Nordeste, que lhe são fiéis; e elites de Bangcoc, que circulam em torno do palácio real e consideram Thaksin Shinawatra uma ameaça à monarquia.
As manifestações foram desencadeadas pela decisão do governo de anistiar Thaksin Shinawatra, o que se considera ter sido uma manobra para que ele escapasse de dois anos de prisão por fraudes. Outro argumento da oposição é o de que o ex-líder exilado continuaria a comandar o país nos bastidores, por meio do gabinete de sua irmã.
Outro ponto de discórdia foi a decisão da Corte Constitucional tailandesa em abolir um projeto de lei de reforma do sistema eleitoral da Assembleia Nacional, aprovado pelo Parlamento com o apoio da base governista.
"Se o governo e o Parlamento tomam decisões que são consideradas ilegais pela Corte, eles mesmos são foras da lei", evocavam os manifestantes.
O movimento de oposição, o mais importante desde a crise de 2010, se intensificou hoje quando os manifestantes invadiram os ministérios das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. De acordo com a chancelaria, os manifestantes já deixaram o local, mas ainda ocupam o ministério das Finanças. Os militantes são liderados pelo oposicionista Suthep Thaugsuban, do Partido Democrata.
Vários outros ministérios, como os de Turismo, Agricultura, Transportes e Interior foram cercados por manifestantes, que pediram aos funcionários que abandonassem os locais. Os protestos na capital do país já deixaram 90 mortos e mais de 1,9 mil feridos. As manifestações têm feito milhares de turistas cancelarem viagens à Tailândia, assim como governos desincentivarem idas ao país.
* Com informações da Agência Lusa e da Itar Tass
Edição: Valéria Aguiar