Em 40 anos, mais de 39 mil pessoas foram sequestradas na Colômbia

20/06/2013 - 7h43

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Colômbia registrou, de 1970 a 2010, 39.058 casos de vítimas de sequestros no país. O levantamento foi feito pelo Centro da Memória Histórica da Colômbia - organização que se destina à proteção dos valores e direitos dos colombianos -, que analisou 1.302.337 dados. O estudo completo está publicado na página da organização

Pelos dados do estudo, aproximadamente 80% das vítimas são homens, cuja idade varia de 18 a 65 anos, que moram em áreas rurais. A principal motivação, segundo o relatório, é de ordem econômica e financeira. Há ainda informações sobre os estrangeiros sequestrados, que representam 3% do total.

Dos 39.058 sequestrados, 21.345 ficaram cerca de nove anos e meio sob poder dos sequestradores. As áreas do país consideradas com os maiores percentuais de sequestro são Cesar, Cauca e Meta, no Norte e Centro-Oeste. Mas as cidades apontadas como mais arriscadas para esse tipo de crime são Bogotá, Medellín e Cali.

Proporcionalmente, a taxa de sequestros na região metropolitana de Bogotá, a capital, é 18,1 para cada 100 habitantes. O processo judicial mais longo envolvendo os responsáveis durou 22 anos e três meses e o de julgamento mais rápido levou oito meses.

O estudo utilizou informações fornecidas pela polícia, pelo Ministério Público e pelos serviços de identificação. No documento há também relatos e testemunhos colhidos pelas organizações não governamentais, que atuam de maneira  intensa em todo o território colombiano.

Nas últimas quatro décadas, intensificaram-se os confrontos entre forças policiais e guerrilhas que atuam na Colômbia. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (EP) estão em processo de negociação com o governo do presidente Juan Manuel Santos. A ideia é fechar um acordo de paz até o fim do ano e encerrar quase meio século de combates.

Edição: Graça Adjuto

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