Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) caiu de 5,5 pontos, em janeiro, para 5,2 pontos, em abril. A redução ocorreu depois de altas trimestrais registradas em outubro e janeiro. A queda foi puxada pelas expectativas em relação ao futuro, que caíram de 6,0 para 5,2 pontos. Já a percepção da situação econômica atual melhorou, de 4,9 para 5,1 pontos.
O ICE mede a percepção de 143 especialistas de 18 países sobre a situação econômica atual e futura. O índice é elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo.
O indicador piorou na Argentina (-1,8 ponto), no Brasil (-0,3), no Chile (-0,2), no Peru (-0,3), no Uruguai (-1,5) e na Venezuela (-0,1). Na Bolívia, Colômbia e no México não houve variação, e o Paraguai (alta de 0,9 ponto) e o Equador (2,0) tiveram melhora. A falta de competitividade e de mão de obra qualificada é a principal explicação dos especialistas para a piora na avaliação, além da inflação no Brasil, na Argentina, no Uruguai e na Venezuela.
O Brasil, que tem o sétimo índice entre os 11 países pesquisados da região, teve a queda concentrada nas expectativas futuras, que caíram de 7,2 para 6,4 pontos, mantendo-se na segunda posição nesse aspecto. A avaliação da situação atual melhorou de 4,6 para 4,7 pontos, e só é maior que as da Argentina (3,0) e Venezuela (1,0).
Os dois países têm os piores resultados nos três índices. Na situação atual, a Venezuela somou apenas 1 ponto, como em janeiro, enquanto a Argentina caiu de 3,9 para 3 pontos. Nas expectativas, os venezuelanos tiveram queda de 2 para 1,8 ponto, o que levou o índice geral a 1,4. Já os argentinos caíram de 6,5 para 3,7 pontos, derrubando o resultado do ICE de 5,2 para 3,4 pontos.
O Paraguai lidera no continente com o maior índice registrado entre todos os países desde outubro de 2010: 8,1 pontos. Os paraguaios melhoraram nas expectativas, de 7,9 para 8,3 pontos, e na situação atual, de 6,1 para 7,9 pontos.
A América Latina apresenta índice igual ao dos Estados Unidos (5,2), que não variou, e superior ao da União Europeia (4,7), que subiu 0,1 ponto. Entre o Brics, o Brasil supera a Rússia (4,5) e a África do Sul (4,3), perde para a China (5,8) e se iguala à Índia (5,6), único país entre os cinco que apresentou melhora na percepção dos especialistas.
Desemprego e elevados déficits públicos continuaram a ser apontados como os principais problemas da União Europeia e dos Estados Unidos, país em que a falta de confiança nas políticas governamentais também pesou para a estabilidade do resultado. Na Ásia, nenhum dos principais problemas econômicos foi considerado preocupante, e a redução dos juros no Japão fez o indicador do país subir de 4,8 para 6,3 pontos, superando os da China e da Índia.
Edição: Juliana Andrade
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