Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes do Brasil, do Haiti, da República Dominicana, do Peru, do Equador e da Bolívia se reúnem, a partir das 9h30, no Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, para definir a adoção de medidas que garantam melhorias para os haitianos que queiram migrar para esses países. Na reunião, as autoridades devem discutir ações que ampliem o controle nas áreas de fronteira e impeçam a ação dos intermediários, os chamados coiotes – pessoas que cobram pela travessia de imigrantes.
As autoridades querem intensificar as parcerias para impedir a ação dos coiotes e assegurar o intercâmbio de dados migratórios, de inteligência e de informações policiais. Há três semanas, o governo brasileiro promoveu uma força-tarefa no Acre.
O diretor do Departamento de Imigração e Assuntos Jurídicos do Ministério das Relações Exteriores, o diplomata Rodrigo do Amaral Souza, disse à Agência Brasil que a proposta é aumentar os esforços para garantir uma situação de vida melhor aos haitianos. Segundo ele, a preocupação é com os coiotes que “exploram e fazem os imigrantes correrem todo tipo de risco”.
Do lado brasileiro, participarão da reunião integrantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ao final das conversas, deve ser divulgado um comunicado com as decisões e as medidas que serão adotadas para os próximos meses.
Com o fim do limite de concessão de 100 vistos por dia para os haitianos, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União, no último dia 29, Amaral disse que a expectativa é atender a todos os pedidos até dezembro. A resolução também acabou o limite de 1,7 mil vistos por ano. Até abril, havia pedidos agendados, na Embaixada do Brasil no Haiti, para a concessão de vistos até junho de 2014.
Amaral lembrou ainda que a preocupação em conter os coiotes e buscar a regularização dos imigrantes não se refere apenas aos haitianos, mas também aos senegaleses, dominicanos, nigerianos e cidadãos de Bangladesh, do Paquistão e Sri Lanka, que chegam ao Brasil pelo Norte do país. Segundo ele, esse movimento migratório existe desde 2010, mas se intensificou nos últimos meses com a chegada dos haitianos.
Edição: Talita Cavalcante
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