Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O primeiro dia de funcionamento da ciclofaixa no Eixo Monumental de Brasília recebeu críticas de ciclistas com quem a reportagem da Agência Brasil conversou. A mais incisiva partiu de Renato Campinho, um ciclista de São Raimundo Nonato (PI) que já percorreu mais de 50 países do mundo e chegou hoje (7) em Brasília, vindo da Patagônia.
Campinho estranhou a forma como foi feita a ciclovia, “por onde andei as ciclovias tinham paralelepípedos e não essa faixa vermelha. Nem sabia que era ciclovia, achei que era via de ônibus”, disse o piauiense “movido a rapadura”.
Já o professor de educação física, Nilson Santos, ciclista há dez anos, considerou a iniciativa do governo do Distrito Federal válida. No entanto, ele ressaltou que a faixa exclusiva é apenas “um paliativo”. Santos destacou a necessidade de se investir em ciclovias que integrem a região do Distrito Federal, para que a capital do país tenha um transporte alternativo diário à disposição do cidadão. “Se querem construir algo ambientalmente correto, que invistam em ciclovias de verdade que sirva para levar a pessoa ao trabalho durante a semana e de lazer no sábado e domingo”, disse o professor.
A reportagem da Agência Brasil presenciou, em pouco mais de 40 minutos, motoristas driblando os cones do Detran, outros em alta velocidade, além da retirada dos cones por volta das 14h30, antes do horário previsto nas placas de sinalização. As placas colocadas ao longo da circuito indicam que as ciclofaixas funcionam “nos domingos e feriados, das 9h às 16h”.
A secretária de Comunicação do Detran, Zélia Ferreira, explicou à Agência Brasil que a retirada dos cones antes do horário estabelecido pelas placas deveu-se “a um imprevisto”. Segundo ela, o efetivo reduzido de profissionais trabalhando hoje foi o motivo da antecipação do horário.
Zélia Ferreira ressaltou que o Detran colocou nas ruas 20 agentes especificamente para fiscalizar as ciclofaixas e 50 para colocar e retirar os cones. Ela disse que, na próxima semana, o problema vai ser resolvido. “Nós vamos firmar uma parceria para utilizar presidiários na colocação e retirada dos cones”, explicou a funcionária do Departamento de Trânsito. Zélia acrescentou que já existe um convênio assinado pelo GDF, pelo qual detentos de Brasília fazem e recuperam placas de sinalização de trânsito.
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Edição: Denise Griesinger
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