Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Egito, Mouhamed Mursi, disse ontem (29), em entrevista à emissora estatal de televisão egípcia, que manterá o decreto editado por ele, ampliando seus poderes e reduzindo a força do Judiciário e do Legislativo. Mursi reiterou, porém, que o decreto terá validade temporária até a nova Constituição entrar em vigor, o que ainda não tem nada para ocorrer.
Em entrevista à emissora estatal, Mursi disse que o Judiciário tem o direito de se manifestar sobre questões políticas. Ele negou que a medida seja ditatorial. O presidente acrescentou que no Egito “não há lugar para a ditadura”. Pelo decreto, as decisões presidenciais não podem ser contestadas.
O decreto de Mursi causou protestos em várias cidades do Egito. Os manifestantes saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente. A Praça Tahrir, que no ano passado virou o símbolo de resistência, deverá ser hoje ocupada para manifestações. Manifestantes ocuparam o local em fevereiro do ano passado e exigiram a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, que acabou deixando o poder.
A previsão é que movimentos sociais e de oposição promovam hoje (30) mais um dia de protestos, após as orações muçulmanas. Há manifestações organizadas no Cairo, capital do Egito, onde na semana passada os protestos provocaram vítimas.
*Com informações da emissora estatal de televisão do Japão, NHK.
Edição: Talita Cavalcante