Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os militares que foram perseguidos, punidos e até expulsos de suas corporações após o golpe militar de 1964 ainda carecem de reparações por parte do Estado. Muitos chegaram a ser heróis de guerra, como o brigadeiro Rui Moreira Lima, mas não escaparam da repressão do regime ditatorial.
Para debater o assunto e fazer uma homenagem aos militares perseguidos, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) promoveu hoje (13) uma sessão especial, com a participação da Comissão Nacional da Verdade e do Grupo Tortura Nunca Mais.
O deputado estadual Gilberto Palmares (PT), um dos proponentes da homenagem, destacou a necessidade de o país retomar a verdade no caso dos militares que se opuseram à ditadura e, por isso, sofreram represálias.
“Houve um conjunto grande de militares que respeitou a legalidade democrática, que se opôs ao golpe militar, que foi punido e sofreu pela defesa da democracia, incluindo heróis de guerra que defenderam o Brasil em campos de batalha na Itália”, disse Palmares, em referência ao brigadeiro Moreira Lima.
O deputado lembrou ainda o capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, o Sérgio Macaco, que chefiava uma tropa de elite de paraquedistas da Aeronáutica. Ele foi punido por ter recusado obedecer ordens superiores de colocar uma bomba no Gasômetro do Rio (atualmente desativado), na região central da cidade, onde milhares de pessoas passam diariamente.
Palmares negou que o objetivo seja o de provocar divisão na sociedade brasileira ao se buscar reparações históricas. “Recuperar a verdade significa dar valor ao papel de vários segmentos que lutaram pela liberdade democrática, entre eles os militares.”
O endereço eletrônico da Comissão Nacional da Verdade é www.cnv.gov.br.
Edição: Aécio Amado