Policiais rodoviários federais do Paraná aderem à greve reclamando de defasagem salarial

23/08/2012 - 16h18

Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – Os servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entraram hoje (23) em greve por tempo indeterminado no Paraná. Integrantes da categoria mantêm uma vigília em frente à sede da Superintendência Estadual da PRF, na BR-476, em Curitiba. Na manhã de sábado (25), os policiais rodoviários pretendem fazer uma manifestação em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná (SinPRF-PR), pelo menos 30% do efetivo prestarão serviços essenciais durante a paralisação, como desobstruções de rodovias e atendimentos a acidentes com vítimas.

"O último reajuste salarial que conquistamos foi concedido há quatro anos, em 2008", disse o diretor jurídico do SinPRF-PR, Sidnei Nunes, em entrevista à Agência Brasil. "Se o governo federal vier com essa proposta indecorosa de 5% de reajuste pelos próximos três anos, já tem a nossa resposta: não. Esse percentual não repõe nem mesmo a inflação dos últimos anos."

Entre os serviços afetados pelo movimento estão a emissão de boletins de acidentes, o protocolo de recursos de multa e a disponibilização de escoltas. "Na verdade, vamos manter mais do que os 30% exigidos por lei, porque muitos postos da PRF funcionam hoje com apenas um ou dois policiais em dias normais", disse Nunes. "Não haverá atendimento ao público durante a greve."

Os policiais rodoviários federais reivindicam reajuste salarial, ampliação do efetivo, reconhecimento do nível superior para o cargo de policial, pagamento de adicional noturno e insalubridade, além de reestruturação da carreira. O salário inicial na PRF é R$ 5,8 mil.

A partir de amanhã (24), detentores de cargos de chefia da PRF devem entregar seus cargos e funções em apoio ao movimento no Paraná, a exemplo do ocorreu em outros estados.

A greve nacional por tempo indeterminado é a primeira em toda a história da PRF, instituição criada em 1928. "Não aceitaremos ser tratados como primo pobre do Ministério da Justiça", disse Ismael de Oliveira, presidente do SinPRF. "Ao invés de fazer ameaças ou propor uma ingerência paliativa, como o uso da Força Nacional de Segurança nas regiões de fronteira, o governo deveria negociar de fato com a categoria", disse Nunes.

Edição: Lana Cristina