Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Hoje (18), os 22 estudantes do campus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que foram detidos na última quinta-feira (14), assinaram um termo de compromisso na 1ª Vara Federal em Guarulhos para comparecimento a todos os atos processuais sobre o caso. Segundo nota da Justiça Federal, os universitários foram detidos e autuados em flagrante pela prática de intimidação de professores e depredação do campus.
Segundo a nota, o juiz federal Jorge Alberto de Araújo, substituto da 1ª Vara Federal, rejeitou a imputação do crime de formação de quadrilha aos estudantes. Para o juiz, é direito dos universitários expressar seu descontentamento com a situação a que são submetidos diariamente na instituição, mas isto, segundo ele, deve ser feito de forma pacífica, “sem constrangimento de terceiros”.
"Hoje assinamos um termo de ciência e, caso não respeitemos questões como só deixar o país com autorização prévia e se ausentar de sua cidade com autorização prévia, a liberdade será cassada", explicou Bruno Atanásio, estudante de ciências sociais e um dos detidos pela polícia na semana passada.
Também por meio de nota enviada hoje à noite à imprensa, os estudantes da Unifesp em Guarulhos reclamaram da utilização da polícia para conter os protestos no campus da instituição. “Nunca poderíamos prever que o termo escolhido pelos órgãos competentes, especificamente no campus Guarulhos, e a escolha de seu diretor, fosse o tom policialesco e repressor na utilização de forças que estão aquém dos problemas por nós enfrentados”, diz a nota.
Por meio de nota, divulgada na última sexta-feira (15), a Reitoria da Unifesp informou que acionou a Polícia Militar porque um grupo de alunos se concentrou na frente da Diretoria Acadêmica e começou a insultar o diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas.
De acordo com a nota, em seguida, o grupo entrou no prédio e quebrou vidros, móveis e computadores, "intimidando e acuando" não apenas o diretor acadêmico, mas também professores que estavam no local, ameaçando ocupar o prédio. A reitoria também informou que está tomando medidas judiciais e administrativas para a reparação dos danos causados ao campus.
Os docentes de todos os campi da Unifesp, por sua vez, continuam em greve. Ontem (17), a paralisação das Instituições Federais de Ensino (IFE), que tem a participação de 54 instituições de diversos estados brasileiros, completou um mês.
Edição: Fábio Massalli
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