Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - O advogado da família da jovem Eloá Pimentel, Ademar Gomes, disse hoje (18), que a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, tem razão ao cobrar dos pais mais atenção sobre as atitudes e decisões dos filhos. Procurado pela Agência Brasil, Gomes elogiou as declarações da ministra, mas acrescentou que o governo tem que se preocupar com a educação e com o que classificou de “falta de limites dos meios de comunicação”.
“A ministra está de parabéns em suas declarações, mas o governo também deve pensar em limites aos meios de comunicação para que as famílias possam então cobrar seus filhos. Hoje, com os meios de comunicação invadindo nossas casas com cenas que envergonham toda a família, fica difícil os pais controlarem os jovens”, destacou o advogado, criticando alguns programas de TV. “A qualquer hora é possível vermos cenas de sexo na televisão”, completou.
O advogado chegou a parabenizar a ministra pela coragem de falar publicamente sobre o tema, mas frisou que não se pode transferir à família a responsabilidade pelo desfecho do caso. “O assassino extrapolou e é o maior responsável pela morte da Eloá, tanto que a Justiça o condenou a mais de 98 anos de prisão, mas não podemos perder de vista que este é um caso como tantos outros que acontecem, cometido por um jovem de má formação, que não teve uma educação adequada, criado com liberdade excessiva”, frisou Gomes.
Ele garantiu que a família de Eloá tentou impedir que ela namorasse com Lindemberg Alves, mas não conseguiu se sobrepor à vontade da jovem, assassinada em maio de 2008. “Hoje é muito difícil impor limites às crianças e aos jovens”, disse o advogado, lembrando o caso de Flávia Anair de Lima, morta no ano passado. Flávia, que tinha 16 anos, morreu após cair da sacada do apartamento onde vivia com o então namorado, o ex-jogador de futebol, Rafael Silva, de 20 anos. Como o casal teria brigado horas antes, a polícia investiga o que de fato aconteceu.
Também no ano passado, a Justiça condenou o ex-jogador de futebol Janken Ferraz Evangelista, de 30 anos, pelo assassinato de sua mulher, Ana Claúdia Melo da Silva, que, ao ser morta, em 2009, tinha 18 anos. Segundo notícias publicadas na época, o casal se conheceu quando Ana tinha 14 anos.
Edição: Talita Cavalcante