Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os moradores de casas e apartamentos construídos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro, disseram que condições de vida melhoraram muito desde que mudaram para as unidades habitacionais. Muitos deles, no entanto, reclamam que ainda têm medo que problemas nas obras, como rachaduras nas paredes e entupimentos na rede coletora de esgoto, comprometam os imóveis.
A empregada doméstica Adriana Pereira, de 34 anos idade, mora há dois anos no quarto andar de um dos edifícios do conjunto do PAC em Manguinhos, zona norte da cidade. Ela disse que poucos meses depois de ocupar o apartamento começou a notar rachaduras na sala e no quarto da filha.. Então encaminhou, por meio da síndica do seu bloco, reclamações à Empresa de Obras Públicas (Emop), órgão do governo estadual responsável por gerenciar os empreendimentos, mas que nada até agora foi feito.
“Logo que elas começaram a aparecer, vieram técnicos aqui, tiraram fotos fizeram perguntas, mas nunca voltaram para uma solução. Já vi equipes fazendo reparos nos corredores e em outros apartamentos, mas não no meu e dos meus vizinhos de porta”, disse.
Segundo Adriana, pelo menos duas representantes da Emop trabalham em uma central na comunidade para receber as demandas dos moradores. Mas o contato com elas nem sempre é possível. “A informação que recebemos é que deveríamos levar até elas as reclamações, mas é difícil encontrá-las no local. Já tentei várias vezes e diversos horários e nunca as encontro. Ou estão em reunião ou precisaram sair para resolver algum problema”, lamentou.
Para o engenheiro Antônio Eulálio Pedroza, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), as falhas encontradas nos conjuntos habitacionais são “facilmente corrigíveis” e não comprometem a estrutura dos apartamentos. Segundo ele, que fez vistorias tanto nos apartamentos do PAC em Manguinhos como no Complexo do Alemão, tratam-se de problemas simples que poderiam ter ocorridos em qualquer empreendimento de classe média.
“É comum haver a necessidade de alguns ajustes, para isso há o prazo de garantia das construtoras. No caso dessas obras do PAC, achei que foram muito bem construídas. Além de bons apartamentos, há espaço para atividade física e recreação para as crianças”, declarou.
Outra moradora do conjunto em Manguinhos, Maria de Fátima Santos reclamou que seus vizinhos têm medo de possíveis enchentes no local. Segundo ela, quando o Rio de Janeiro foi atingido por fortes chuvas no verão deste ano, muitos apartamentos no andar térreo ficaram alagados. “Muita gente perdeu móveis e eletrodomésticos porque a água invadiu os apartamentos”, disse
A Emop informou que está promovendo, há cerca de um mês, reparos em todas as unidades que solicitam os serviços, seja por defeitos de projeto ou de mau uso das instalações, desde que os moradores assinem um documento atestando a conclusão das intervenções.
Com relação às redes de drenagem, a empresa declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que foram executadas novas redes de esgotos e de drenagem de acordo com as normas e aprovadas pelos órgãos competentes, mas que são constatados entupimentos constantes das redes por causa do lançamento, por parte dos moradores, de lixo e objetos diversos.
Edição: Aécio Amado