Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), destacou hoje (1º) que mesmo com as denúncias envolvendo Ministério do Trabalho, o PDT – partido do ministro da pasta, Carlos Lupi – faz parte da base governista e a crise enfrentada pela legenda não atrapalhará as votações na Casa. “A prática mostra que nosso comportamento democrático só ajudou nas votações. Podemos ser acusados de qualquer coisa, menos de blindar ministro”, afirmou.
Ele evitou fazer comentários sobre o parecer da Comissão de Ética da Presidência da República, que recomendou a saída de Lupi, alvo de denúncias de corrupção. Vaccarezza ressaltou que pretende, primeiramente, ler o parecer da comissão. “É um assunto que foge da minha alçada e ainda não li o parecer da Comissão”, disse ele.
Apesar de dizer que aprova a investigação de novas denúncias contra o ministro, que dessa vez é acusado de ter acumulado cargos públicos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, Vaccarezza defendeu Lupi. “Tenho Lupi na conta de um homem honesto. Se forem comprovadas outras coisas [contra ele], mudo minha opinião”, ressaltou.
As novas denúncias, no entanto, poderão chegar ao Ministério Público. O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), disse que pretende levar o caso à Procuradoria-Geral da República. “Ele acumulou indevidamente cargos que são incompatíveis.”
Demóstenes disse que depois do parecer da Comissão de Ética, a permanência de Lupi no cargo se torna insustentável. “Agora já não é mais a opinião pública, nem a oposição, nem o governo. É o Executivo, por meio de sua Comissão de Ética. A presidenta não tem o que fazer a não ser tomar a decisão [de afastá-lo].”
Edição: Talita Cavalcante